Em recentes viagens pela Inglaterra e Dinamarca, pude visitar as cidades que foram criadas resultantes do processo de descentralização metropolitana, ocorrida após a segunda guerra mundial, como Corby e Harlow (final da década de 40), da primeira “safra” e Milton Keynes da terceira (anos 60) no Reino Unido e Høje Taastrup em terras “danesas”.
No Reino Unido e mais precisamente em Londres, a idéia básica da criação das “new towns” (Abercrombie Plan for London -1944) foi a de empurrar para fora dos limites da cidade que já estava com sua capacidade de acomodação a ponto de se esgotar, a um milhao e meio de pessoas, dotando novas cidades ao redor da Grande Londres, de transporte público com o centro e desenvolvidas segundo os critérios das cidades jardins do final do século XIX (Ebenezer Howard e Patrick Geddes).
A idéia se repetiu em vários outros países. Até no Brasil, a criação de Brasília, tem como bases os mesmos princípios da saturação do Rio de Janeiro e a oportunidade de desenvolver o interior do país.
Os resultados, quando vistos hoje, me parecem assustadoramente um fracasso, ao qual eu não consigo atribuir nada mais que a falta de espontaneidade em seus surgimentos, bem como a falta de escala humana tão presente nas cidades medievais que evoluíram até as cidades atuais, que nestas infelizmente não são percebidas.
Entretanto, me animo em estudar um pouco mais sobre outras, como Londrina e todo o Norte Novo, pois ali, hoje, existe uma identidade local e o processo talvez pouco humanizado de suas origens, tenha sido absorvido por um desenvolvimento posterior, que pela espontaneidade, conseguiu superar a “frieza” das cidades inglesas, nas quais, eu honestamente não teria o menor gosto em viver. Creio que trocaria a vida em uma favela, onde existe uma relação mais forte entre o tecido urbano e as atividades que nestas duras e “vazias” cidades…
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