sábado, 31 de enero de 2009

A Montanha.


Aqui para mim, se trata do Peñalara, ou melhor, do Parque Natural do Peñalara.

Sua importância não é somente pelo espetáculo das suas paisagens, em meio ao que sobrou dos glaciares, ou em sua tradição montanheira. Peñalara é um “rincón” único, que faz por merecer a categoria de parque de proteção ao meio natural.

As duríssimas condições ambientais, a altitude e a grande variedade de ambientes, proporcionam cenário ideal para a vida de muitas espécies, grande parte dela protegidas, e pouco freqüentes no resto da Serra.

Três conceitos são muito importantes serem transmitidos aos mais de 150 mil visitantes anuais do Parque: - Singularidade, por abrigar espécies ou paisagens únicas; Diversidade, tanto de espécies como de ambientes em um reduzido espaço; e Fragilidade, pois as duras condições ambientais, as fortes declividades, a elevada erosão, etc. fazem com que os danos que venham a ser causados, posam ser irreversíveis.

Uma das zonas mais críticas e frágeis do Parque é a Laguna Grande, e resulta fundamental, por tanto, observar e respeitar as orientações demarcatórias de zonas em recuperação de solos degradados, onde o “passo” de visitantes pode acabar com o trabalho de vários anos.

Para evitar os impactos e diminuir a erosão, foi limitado o número de trilhas pela montanha. Permaneceram as mais consolidadas e tradicionais, que levam aos pontos mais emblemáticos do Parque, sendo que algumas passam por zonas de “Máxima Reserva” onde está totalmente proibido abandonar o caminho.

Temos que ter sempre em conta que ali, estamos desfrutando de um dos ecossistemas, mais frágeis que existe e que para preservá-lo todo o cuidado é pouco. É um dos mais belos passeios que existe, na primavera, ir ver a “laguna”... Simplesmente um êxtase!

viernes, 30 de enero de 2009

Gato, Manolo, Chulapo…

Os gentílicos populares dos madrileños (esse sim o gentílico para quem nasce em Madrid), tem origens na própria história da cidade.

Gato é o madrileño, que tem avós e pais madrileños também, ou seja, um local, sem ser fruto de imigrações internas, como andaluzes ou manchemos, que vieram em grande número nos finais do século XIX e mais recentemente no final da guerra civil.

Diz-se “gato”, pois a cidade amuralhada tinha pequenas janelas para que se pudesse vigiar e ao fecharem-se as portas no cair da noite, muitos que ainda não haviam retornado ao seu interior, obrigavam-se a fazer uma verdadeira peripécia para por essas janelas passarem e poderem então entrar na cidade. Agiam como se fossem gatos...

O Manolo (ou Manola) tem origem, já bem mais recentemente, e está ligado ao bairro de “Lavapiés” (antigo reduto judeu da cidade), e tem origem no batismo de muitos de seus descendentes, com o nome castiço de Manuel, para escaparem da expulsão em 1492 e assim hoje em dia, é comum chamarem-se entre madrileños de “Manolo” prá cá “Manolo” prá lá.

Rivalizando um pouco com esse termo, existem os “chulapos” (ou chulapas), que procedem do bairro de “Malasaña”, também no centro de Madrid, e que hoje é caracterizado pelo uso do traje típico das festas patronais (São Isidro) e consiste em um terno xadrez, com calças pretas e um boné xadrez para os homens e um vestido rodado com um chale bordado para as mulheres, que na cabeça levam a peineta.

miércoles, 28 de enero de 2009

Em foco: Sustentabilidade

Desde as “interessantes definições” propostas no artigo anterior vão pontuar, uma delas, a sustentabilidade, cujo enunciado que apresentamos, termina dizendo: “Deveria existir um acordo amplo com respeito à necessidade de considerar a sustentabilidade como enfoque político prioritário”

O amigo, arquiteto, Jeferson Dantas Navolar, atual presidente do IAB-PR, que como dirigente da entidade, embasado na legislação pertinente, quando, por ocasião da licitação por meio de um concurso de idéias, para a construção da “Nova Sede CREA-PR em Curitiba”, faz valer o critério de avaliação através da Sustentabilidade.

Ele, que como eu, sou, da “gloriosa classe de 58”, nesse ano de 2009, estaremos cumprindo 51 anos (Boa idéia!) – precisamente hoje, 28 de janeiro é o seu aniversário –, já deixamos para traz o “fortyninerianismo”, que é o final do sétimo ciclo de sete anos (aos 49 por tanto), já fizemos meio século e então viramos outra página, a do envelhecimento e formação da sabedoria.

Assim, já demonstrando haver tido a iluminação da sabedoria (Boa idéia!), a proposta, tem como critério a sustentabilidade, definição que repito: “Garantia de continuidade e permanência, referida a níveis desejáveis de qualidade de vida e de relações com o meio ambiente por contraposição às atuais tendências e políticas insustentáveis. Incorpora as variáveis ambientais, sociais, econômicas e institucionais. Nos sistemas urbanos, está vinculada a sua capacidade de consumir recursos e gerar resíduos abaixo da própria capacidade do meio em regenerar-se e servir como sumidouro.”

Esperamos que as propostas, para um edifício sustentável, sejam dignas da necessidade atual com respeito ao tão meticuloso e desejável que implica essa condição, e que possam salientar as demais qualidades projetuais em todo seu contexto.

Jeferson, meus parabéns pelo “cumpleaños” e pela sabedoria precoce!

martes, 27 de enero de 2009

Interessantes definições


Estou trabalhando com essa temática nos dois últimos anos. assim aproveito o canal de comunicaçao para passar algumas interessantes definições que fazem parte do glossário da terminologia específica com a Mobilidade Sustentável.


Caminabilidad: es una calidad del lugar. El camino que permite al peatón una buena accesibilidad a las diferentes partes de la ciudad, garantizándola a los niños, a los mayores, a las personas con dificultades de locomoción y a todos. La caminabilidad hay que proporcionar una motivación para inducir más personas, restableciendo sus relaciones interdependientes, con sus calles y barrio y comprometiendo personal recursos para reconstruir su local físico y social infraestructura, tan necesario a la vida humana y la ecología de las comunidades.


Accesibilidad: Calidad o facilidad de acceso a diferentes partes de la ciudad. Facilidad de acceso mediante diferentes medios de transporte, incluido el peatonal (asociado a la proximidad entre los diferentes usos urbanos), y para las personas de movilidad reducida (supresión de barreras). En un contexto más amplio se refiere también a la garantía de acceso igualitario a los ejes de transporte, al conocimiento y a los servicios básicos (educación, sanidad, vivienda y servicios sociales).

Indicadores de sostenibilidad: Variables cualitativas o cuantitativas para identificar o caracterizar situaciones o tendencias. En el contexto de este documento, la definición de indicadores es esencial para el análisis de escenarios y para establecer sistemas de evaluación y seguimiento de las intervenciones en el ámbito urbano.

Integración social: Término asociado al de cohesión social. Orientación de las políticas y de las intervenciones para evitar procesos de exclusión o segregación social (dualización, desintegración, marginalización...). En desarrollo urbano sostenible la lucha contra la exclusión social constituye una de las prioridades por su contribución a la igualdad y la convivencia.

Movilidad urbana sostenible: Objetivo fundamental de reducción y racionalización del tráfico rodado en las ciudades para hacerlo compatible con una mejor calidad de la vida urbana (agresividad, seguridad, ruidos,...). Orientación para el diseño de políticas encaminadas a estimular el cambio modal desde el vehículo privado al transporte público y/o a desplazamientos peatonales o en modos alternativos menos contaminantes (bicicleta), así como a calmar y moderar su impacto (limitación en zonas y reducción del número y velocidad de los vehículos).

Sostenibilidad: Garantía de continuidad y de permanencia, referido a niveles deseables de calidad de vida y de relación con el medio por contraposición a las actuales tendencias y políticas insostenibles. Incorpora las variables ambientales, sociales, económicas e institucionales. En los sistemas urbanos está vinculada a su capacidad para consumir recursos y generar residuos por debajo de la propia capacidad del medio para regenerarse y servir como sumidero. Debería existir un acuerdo amplio respecto a la necesidad de considerar la sostenibilidad como enfoque político prioritario.

domingo, 25 de enero de 2009

“Algo pasa”!!!…


Essa é uma típica frase espanhola, como quase todas as que exclamam admiraçao, está composta por um par de palavras.

É que não consigo encontrar uma explicação passível de compreensão, já que o Brasil é tido como um país onde se paga mal a tudo e que em comparação com a Europa tudo é mais barato. Vejam que não é bem assim!!!

...Estou como bem sabem, escrevendo uma tese de PhD, na ETSA/UPM. Quero (ou melhor, necessito) fazer algumas experiências de campo, que se trata de entrevistas a usuários dos sistemas de transporte público.

Começa que por aqui, tivemos todo o apoio do Consórcio Metropolitano de Transporte, empresa que corresponderia à “ordem do dia” a nossa URBS, pois é a gestora dos transportes urbanos de Madrid (Metro, Autobuses, e Cercanias/RENFE). A empresa se prontificou a PAGAR os custos da investigação sobre o Metro de Madrid, que queremos fazer, enquanto as “curitibocas” – seja a URBS, seja a COMEC, seja a própria SETRANSP se negam a responder sobre a possibilidade de qualquer tipo de colaboração financeira.

Claro: - Investigar a “caixa preta” – supõe eles – do transporte municipal, quando não é nada disso. A COMEC licitou, mas não contratou uma pesquisa de origem/destino no transporte público em 2008 (Edital 0002/2008). Todos tem medo do que possa surgir em resposta ao que se pratica. O Transporte público já faz 30 anos que não é licitado... Uma vergonha.

Mas não é disso que estou falando. Isso pretendo demonstrar na minha tese doutoral e o farei independentemente de apoios econômicos dessas entidades. Refiro-me aos orçamentos solicitados para as pesquisas que pretendo fazer.

Aqui em Madrid (EUROPA), a empresa CUESTIÓN, conceituada pela UPM e respaldada por seus trabalhos como, por exemplo, a “boca de urna” para “Canal Cuatro” da rede de televisão espanhola, nas ultimas eleições presidenciais da España, nos apresentou um orçamento de 5.490 €. Já em Curitiba, a não menos conceituada empresa, DATACENSO, depois de um longo processo, que envolveu a UFPR, empresas e publicidade, ONGs, etc., nos apresentou um orçamento para a mesmíssima proposta de 25.410 € ou seja, simplesmente quase cinco vezes maior que o orçamento daqui.

Assim é o terceiro mundo, coisa que Curitiba nega ser, mas lamentavelmente é, continuará sendo terceiro mundo. “Lo siento...lamentable”...

Chuva, bendita chuva...


É isso mesmo, uma das poucas coisas que sinto, ou melhor, sentia falta das que tínhamos por aí e não temos (ou não tínhamos) por aqui, são (ou eram) as chuvas...

Madrid, é como um deserto. Embora a cidade seja muito verde, e existir parques (umas dezenas sendo o Retiro o principal) e zonas verdes (a casa de Campo e o monde de “El Pardo”) localizadas no entorno imediato, a dita “meseta madrileña” está mais para um deserto do que para qualquer outro ecossistema.

O verão em Madrid é um capítulo a parte. As temperaturas diariamente alcançam os 40 graus centígrados e não raramente os 45º C e desde as 9:00 até às 23:00 ficam acima dos 30º C. Isso de junho a setembro, com um mês de agosto de fritar “ovo no asfalto”...e pasmem, sem uma chuvinha nunca!!!

O inverno, sempre rigoroso e com nevadas de dezembro a fevereiro nos arredores (Madrid está a 650m de altitude – é a mais alta capital européia – e a Serra Norte, tem copado o Peñalara com 2.428 m de altitude e está a 50 km da cidade) e isso faz com que os “embalses” (reservatórios de água – represa, açudes), sejam alimentados para abastecimento de água da população pelo sistema de águas (Canal Isabel II).

Mas chuva mesmo. Nada... Esse último ano (2008) e o início de 2009 estão nos deliciando, pois tem chovido regularmente. Assim, “curitiboca” de criação que somos, acostumados com a chuva freqüente, já nos fazia falta.

Tem chovido bastante e os “embalses” estão cheios novamente, por que só de neve, que também havia sido pouca nos últimos anos, estava difícil de alcançar os 50% de suas capacidades. Hoje mesmo, um chuvisco desde cedo.

Bendita chuva, que já me nega a saudades de quase tudo das “terras brasils”. – Só mesmo os amigos...

sábado, 24 de enero de 2009

Reconstruir el epacio


Reconstruir el espacio social de las ciudades significa rehacer un espacio para que éste de cabida a las actividades de todos los ciudadanos, significa acercar, unir piezas, reformar, rehabilitar, crear proximidad, significa rehacer una ciudad para que funcione, para que el espacio esté adaptado a las necesidades de sus habitantes, para que no sea un conjunto de piezas dispersas, cada vez más inaccesibles o una máquina rota que no funciona. Para que la ciudad sea un lugar para la sociabilidad, el encuentro de los ciudadanos, un espacio para la relación, el juego, el intercambio.

Sólo sobre un espacio equitativo se puede plantear una sociedad igualitaria donde no existan desequilibrios en función del sexo o la edad. Tal como está hoy en día planteada la ciudad, con la sobre valoración de los aspectos laborales-económicos-monetarios, con la sobre valoración de la movilidad frente a usos estancales, la sobre valoración de las actividades consideradas como productivas frente al resto, sobre estos presupuestos la ciudad está abocada a ser un escenario de desigualdades sociales, un lugar de discriminación.

Hay que promover el transporte público, los desplazamientos a pie y en bicicleta. Hay que decir a la gente que el coche es como el tabaco, malo para la salud, que contamina y gasta recursos no renovables. Hay que hacer campañas de imagen, ver a políticos, artistas de todo el mundo utilizando el transporte público. Hay que huir de la idea de que el coche responde a la imagen del triunfo personal de la libertad.

"Los políticos no se han lanzado a estas campañas porque son muy cortos de miras. Se creen que estas políticas les van a restar votos porque la presión de los automovilistas es fuerte. Se olvidan de que todos los automovilistas son también peatones y que la mitad da población no conduce regularmente."
[1]

[1] Julio Pozueta - Entrevista en "El País" - Madrid, 10 de abril de 2005

viernes, 23 de enero de 2009

Algo muito pessoal:


Com respeito ao trabalho: - Na EU, encontra-se em debate a proposição “eslovena”, de uma jornada semanal de trabalho máxima de 65 horas em substituição das atuais 48, que ainda muitos países como Alemanha e Inglaterra não assinaram (Alemanha segue nas 40 hs e os ingleses em suas 36,5 horas). A origem da discussão, encontra-se nos setores sanitários, que muitos trabalhadores tem jornadas de até 65 horas semanais e atualmente, devem ser remuneradas como horas extras...

Eu particularmente acho isso o fim do mundo. Já tenho minhas críticas (que não são pucas), à estrutura do trabalho atual, e muito mais aos trabalhos “basura” (entenda-se por trabalho basura –“lixo”– a todo o trabalho especulativo que eu acredito que nos dias de hoje superam aos 90% de todo o conjunto de empregos ou postos de trabalho gerados), pois está baixo o interesse dos imbecis capitalistas e de bom além de uma miséria de salário, não produzem nada, pois o sistema engole por outro lado tudo (o pouco que) deu. É aquela velha historia de dar com a mão direita e tomar com a esquerda ou ao contrário?!?...

“... já dirigi automóveis, já desfrutei capital, já decidi que o dinheiro não vai pagar a minha paz...” (Ed Motta)

Eu penso que trabalhar mais de 4 horas por dia para um “patrão”, que de você só quer mesmo é o trabalho em si e nada mais, é o limite tolerável para aquele que precisa, pois o mundo é feito de pobres em um grande número que uma vez não tendo nada, tem que trabalhar para poder ao menos comer (isso porque abandonamos o modelo rural onde o comer dificilmente faltava) e de poucos ricos, que cada vez querem ser mais ricos e que geram essa “basura” em todos os campos do conhecimento humano, até mesmo nas artes, que já foi imune aos atentados do capital, embora sempre estivesse financiada por monarcas e assim, hoje se submete também ao ridículo do capital...

“... computadores fazem arte, artistas fazem dinheiro...” (Chico Science)

Eu quero deixar aqui, um grande protesto pessoal, contra esse mundo capitalista hipócrita, fascista e ridículo: Trabalhar 65 horas por semana é escravidão!!!...

Outra é a questão do trabalho infantil, que a sociedade tanto recrimina, no caso de crianças pobres, mas quando um esportista chega ao auge aos 18 anos, todos admiram. Temos que ver, que esse “fulanito de tal”, não começou ontem, começou sua carreira (profissional) aos 6, ou 7, ou 8 anos de idade, pois somente assim, aos 16, 17 ou 18, chegou ao topo. O mesmo ocorre com atores, cantores, etc..., mas nesse caso, os cidadãos acham louváveis e aplaudem a genialidade e o prodígio do “fulanito”:

- Somos mesmo uns manipuláveis por esse interesse sórdido...

"Fútbol"


Aqui é paixão nacional. Aliás, os “deportes” em geral, caem muito bem ao gosto do espanhol, basta ver os expoentes (Rafa Nadal, Alberto Contador, Fernando Alonso, Pau Gasol, entre outros).

A seleçao espanhola (“La roja”), que sempre chega aos mundiais como uma possível candidata, mas esbarra nos seus erros, em 2008, conseguiu um triunfo na EUROCOPA que desde 1964, quando sediou a competição não ocorria. Hoje é a primeira colocada no ranking da FIFA, com o Brasil em quinto a Itália em quarto e a Alemanha em segundo (pentacampeão, tetracampeão e tricampeão mundial respectivamente).

Os clubes de “fútbol” espanhóis, e sua Liga, podem ser considerados entre os melhores do mundo. Não só Real Madrid e Barcelona, mas também Sevilla, “Depor”, Valencia, Atlético de Madrid e Athletic de Bilbao, entre outros, são representantes à altura do melhor do mundo na atualidade.

Jogadores atuando fora da España, em clubes de grande expressão como Fernando Torres (Liverpool), “Cesc” Fabregas (Arsenal) Daniel Güiza (Fenerback) e outros, bem como treinadores: Rafa Benítez (Liverpool), Luis Aragonês (campeão com “La roja” da eurocopa, hoje no Fenerback) e até a pouco Juande Ramos (agora no Real Madrid, estava no Totenham inglês).

A Liga, arranca este final de semana o segundo turno (“La vuelta”), com um Barça de records (16 vitórias, 2 empates e 1 derrota – curiosamente no primeiro jogo) com 50 pontos de 57 possíveis e 59 gols marcados (mais de 3 por jogo) e somente 13 sofridos (quase 1 a cada dois jogos) e a 12 pontos do segundo colocado, o Real Madrid (empatado com o Sevilla em 38 pontos) em crise total. – Dos “galácticos”: Maior time do mundo de todos os tempos sem dúvida alguma aos atuais “raquíticos”... corruptos, e corruptores, que espero que terminem “La vuelta” em quinto (fora da Champions) para que sirva-lhes de lição.

Simpatizo com dois clubes: O Athletic de Bilbao (o primeiro dos grandes – 1898), clube basco, no qual somente joga “euskeras” (nascidos em território basco). Assim, ali, por decreto nunca irá pisar estrelas internacionais, nem mesmo espanhóis de outros rincões. Também, tenho um grande afeto pelo Sevilla, que no ano do seu centenário (2005), fez barba e cabelo (ganhou a copa de UEFA, a supercopa de España e a supercopa da UEFA ao derrotar o Barça por 3 x 0) e no ano seguinte em 2006, conseguiu o bicampeonato da copa da UEFA... No Sevilla jogam atualmente três “brazucas” (Luis Fabiano, Renato e Adriano Correia).

jueves, 22 de enero de 2009

"La tauromaquia"


A tauromaquia é a arte de “lidiar” com os touros, ou seja, tourear. Juntamente o flamenco e a Lidia podem ser consideradas as artes folclóricas mais representativas da cultura hispânica difundidas pelo mundo.

O “toreo”, atual, tem origem no “toreo” de montaria, ainda existente, através da atuação dos rejonadores (toureiros a cavalo) e remontam aos finais do século XVII y princípios do XVIII, evolucionando desde distintas escolas, entre as que se destacarão a Sevillana e a Navarra. Em 1701, durante a viajem que realiza Felipe V a España para tomar posse do trono, se celebra em sua honra em Bayona uma “corrida de touros” navarros na que se começa a ver os lances de capa de (El Licenciado de Falces - magistralmente imortalizado por Goya em uma aquarela), origem do atual “toreo de capote”.

Desde então, e até nossos dias, este espetáculo sem igual no mundo, onde o homem arrisca sua vida e desata paixões, ritual de arte e morte, há formado parte da cultura universal, sendo base importantíssima de outras manifestações culturais como a literatura, a pintura, a escultura, a música, e o cinema.

A princípios do século XVIII Andalucía, organiza importantes bases da verdadeira origem do traje de torear. Se começa a empregar pele de ovelha na confecção dos ternos; com tudo, o passo a frente é dado pela Real Maestranza de Sevilla em 1730, já que vestiu a todo o pessoal participante nos festejos com uns característicos ternos “grana” adornados com galões brancos.

Anos depois, em 1793, o toureiro Joaquín Rodríguez Costillares reclama a preponderância do “toreo a pie” e solicita que, em função da mudança de protagonismo no espetáculo, se incorpore ao terno do matador um galão de prata, como vinham utilizando os picadores, a quem roubam esse protagonismo. A Real Maestranza, sensível à realidade, cede ao pedido. Estava criado assim o “traje de luces” – “Es el traje mas bello que hay. Para enfrentarse a la suerte, ante a un toro bravo, el hombre se pone en luces.”

A lidia, compõe de três “tercios” em cada um dele se jogam as “suertes”: Primeiro Tércio ou “Tércio de Picas” onde atuam os picadores, o segundo Tércio ou “Tércio de Banderillas”, que atuam os banderilheiros e o terceiro e último Tércio ou “Tércio de matar” com capas e espadas, onde o matador é quem protagoniza o espetáculo.

O “torero” tem consigo uma quadrilha composta pelo picador, e os banderilheiros. A corrida de toros, normalmente é repartida entre 3 quadrilhas de “toreros” que atuam alternadamente e cada quadrilha se encarrega de uma “faena” de dois touros, sorteados entre elas. A entrada no “ruedo” chama-se paseillo e tem uma ordem de posicionamento: - Primeiro ao Alguacilillos (a cavalo), logo os espadas, depois os banderilheiros e por fim os picadores (também a cavalo), sempre ordenados por antiguidade da alternativa. Na seqüência, entram os monosábios, costaneros e pessoal da “Plaza”.

miércoles, 21 de enero de 2009

Nota de falecimento


Pois é, hoje, depois de alguns dias somente publicando assuntos ligados à España, voltarei a Curitiba, "in memoria" a um primo segundo, falecido nesse domingo passado.


Agacyr Darif (Nenê) ou simplesmente "o Darif", nasceu em 1923, no Armazém Darif, cujo primeiro proprietário e quem o construi foi meu avô (Lourenço Darif). - Construido em 1920/21, ficou terminado em julho de 21 e em 2 de setembro deste mesmo ano, recém mudados para a "nova morada", nesceu minha mãe (Zaide Darif), filha de Lourenço Darif e Thereza Deconto. Hoje o Armazém é uma pizzaria, inaugurada a pouco...


Alí, o tio João (Darif), irmão do meu avô, com a tia Adélia Deconto (aliás ela também era irmã de minha avó Thereza), que compraram em seguida o imóvel, viveram até morrerem e os filhos Altevir e Algacyr, seguiram com o negócio, que dos anos 70 em diante mal funcionava e só vendia mesmo cachaça e fazia o jogo do bicho. Com a morte do Algacir e o pouco movimento do negócio, Nenê fechou. Há uns 5 ou 6, anos vendeu a propriedade e nesse domingo 18 de janeiro faleceu.


Quem o conheceu nunca o esquecerá pois era um tipo "raro", com uma barba que nunca cortou, defensor da ditadura do Getúlio Vargas, vendia no caderno e tudo a granel. O "Armazém" foi objeto de várias publicações tanto em jornais, revistas, periódicos e livros pela inusitada situaçao que alí existia.


Os Darif, até quando se tem conhecimento, imigraram a Curitiba em 1886 e são oriundos de Valt (Beluno - Itália), um povoado que tem uma igrejinha e duas dezenas de casas, onde tive a oportunidade de visitar a casa natal de meu avô que veio ao Brasil com quatro anos de idade. Hoje vive ali a Paulina Folador e seus filhos (Sandra, Sergio e Fabiola) e netas (3 meninas filhas da Fabiola).


O falecimento do Algacyr, para mim, reperesenta a perda de um primo, que poucas vezes conversamos, mas todas foram muito interessantes e ricas em troca de relaçoes humanas. Assim que ficará para sempre muita saudades.

martes, 20 de enero de 2009

Relações sociais


Desde a nossa vinda à España, já fizemos uma quantidade enorme de novas amizades. Em Pineda de Mar, alguns amigos, que até hoje, nos telefonamos em épocas como finais de ano e aniversários... Aqui em Madrid, as amizades comuns (amigos do casal), são de origem das relações de trabalho e estudo. Pela minha parte, a grande maioria vem do doutorado. Gente interessante, cuja metade mais ou menos são espanhóis e outra parte “estrangeiros” – de várias origens (austríacos, italianos, mexicanos, brasileiros, peruanos, uruguaio, boliviano, etc.) e boa parte deles também casados e alguns com filhos embora pequenos, haja visto que a faixa etária é de mais ou menos 35-40 anos, portanto bem mais jovens.

Recebemos nesses anos todos também, visitas de alguns amigos antigos e filhos de amigos. Os primeiros que nos visitaram, foram Jeferson e Suzana, ainda em Pineda de Mar, já por Madrid, o primeiro que esteve, foi o Alaor, que quando veio ainda não havíamos alugado nosso “piso”. Depois vieram o Betão Celuppi (mais Evelin e Bruna), o Beorzinho, a Sandra (senhora "Morto"), o Carlos e a Bia, o Wagner (Paraíba), e de “paso” o Iso e o Juca, quando foram à França. Os filhos de amigos e amigos dos filhos podemos citar o Goose e o Juninho, que vieram com o Beto nosso filho, o Eduardo, amigo nosso (conhecemos em Salvador em uma das vindas), o Laurinho (filho do Renato e da Laura), o Murilo e o Daniel Conde (filhos do Sidnei “Magrinho”)...

Parentes, já vieram quase todos, com exceção da minha irmã, o marido e o filho, que só nos visitaram anteriormente em Pineda
... mas, minha mãe, nos visitou na calatunya e aqui, o Otto, já veio duas vezes, o Brian e a Neiva (sogro e sogra) volta e meia também estão por aqui, bem como à Itália e à Londres, com freqüência vamos sempre.

lunes, 19 de enero de 2009

Reino de España

España, oficialmente Reino de España, é un país soberano membro da Uniao Europeia, constituido em Estado social e democrático de Direito, e cuja forma de governo é a monarquía parlamentaria. Seu territorio, com capital em Madrid, ocupa a maior parte da Península Ibérica, ao que se somam os arquipiélagos das Ilhas Baleares, no mar Mediterráneo ocidental, e das Ilhas Canarias, no ocêano Atlántico, así como no norte do continente africano, as cidades autônomas de Ceuta e Melilla, ademais dos distritos e posessoes menores de ilhas como Chafarinas, o peñón de Vélez de la Gomera e o peñón de Alhucemas. O enclave de Llivia, nos Pirineos, completa o conjunto de territorios junto com a ilha de Alborán, as ilhas Columbretes e uma serie de ilhas e ilhotas frente às suas proprias costas.

Tem uma extenssao de 504.645 km², sendo o quarto país mais extenso do continente, depois de Russia, Ucrânia e França. Con una altitude media de 650 metros acima do nível do mar, é o segundo país mais montanhoso da Europa, depois da Suiça. Sua populaçao é de 46.157.822 habitantes, segundo dados do padrao municipal de 2008.

Passada a ditadura franquista, e com a morte do generalísimo em 1975, Juan Carlos I se proclamou rei. Houve um periodo de transiçao, até 1982, onde Adolfo Suarez e Leopoldo Calvo Sotelo ocuparam a presidencia do governo.

Em 1982 o partido socialista obrero español (PSOE), conquista com Felipe González, a presidencia do governo e este segue até 1996, quando o partido popular (PP) elege a José Maria Aznar presidente. Aznar, se mantém no poder até 2004, quando volta a eleger-se um representante do PSOE (José Luis Rodríguez Zapatero), que é o presidente até os dias de hoje, após haver sido reeleito em 2008.

O governo é bicameral, e tem divisao de poderes, sendo o Ejecutivo (La Moncloa) exercído pelo presidente, o Legislativo (Las Cortes Generales – Congreso de los Diputados y Senado) e o Judicário (Tribunal Supremo e Juzagados y Tribunales).

A subdivisao política, sao as Comunidades Autônomas que correspondem aso nossos estados, que teem um presidente, eleito por voto cidadao, constituiçao própria e se subdividem em provincias e municipio. Sao emnúmero de 17 Comunidades e mais 2 Cidades Autônomas (Ceuta e Melilla).

O clima, bem como toda a geografia española é muito variada, pois em uma área de poco mais de 500 mil quilometros cuadrados, temos desertos, florestas, clima de montanha, sem-árido, e até mesmo o sub-tropical no caso das Canárias. Na España, existem 4.000 km de costas sendo banhada pelo mar Mediterraneo e pelo océano Atlântico.

Semântica, gramática, etc. e tal...


A língua espanhola, é muito parecida com o português. Nao podería ser diferente, pois os países além de vizinhos na península ibérica, teem origem romana e língua latina. Existe no entanto algumas palavras, que grafam-se de maneira muito distinta. Vou citar como exemplo acesso, que grafamos com "c" e depois com dois "s", que em espanhol grafa-se acceso: - com dois "c" e um "s". Em ambos os casos, tem o mesmo significado.

Existe ainda, uma diferença mais acentuada, no genero dos substantivos. Palavras que em portugues sao masculinas muitas vezes em espanhol sao femininas e vice-versa, mas mais complicado ainda, sao as palavras que mesmo iguais, teem significado bem diferente. Por exemplo, quando voce quer dizer que uma pessoa é algo esquisita, deve dizer que o fulano é um pouco "raro", que nao significa o mesmo que para nós (dificil de encontrar)...na realidade sim, signica que a pessoa nao é muito comum (dificil de encontrar), mas se usa para uma pessoa meio desorientada, um pouco perdida...

Já a palavra esquisito, devemos usar para designar algo muito bom. Por exemplo: "una comida esquisita" - significa uma comida muito boa. Entao, se dizemos que uma pessoa é esquisita, estamos dizendo que ela é fantástica e se falamos que uma comida é rara, pela sua dificuldade de preparar por exemplo, estamos taxando-a de uma comida mal feita...e por aí vai... "muy raro"!!!

Outro tópico interessante, é que na España, existem quatro linguas oficiais. Sendo o espanhol a lingua nacional, mas o gallego, o euskera e o catalán, falados na galícia, no país vasco (ou basco) e na catalunha (catalunya), respectivamente, sao linguas reconhecidas, com sua gramática própria e utilizadas também e nao somente em seus âmbitos regionais e inclusive fora dos limites da propria España. O gallego é falado também no norte de Portugal, o Catalán, em Andorra, em algumas cidades dos pirineus franceses e em uma regiao da ilha italiana da Sardenha. O basco, fala-se na frança também, já que o "país Basco", tem parte de seu território na España e parte na França.

Curioso, é que o catalán e o gallego, sao iguais que o portugues, o espanhol e o frances, por exemplo, línguas latinas, já o euskera (basco), tem sua origem ainda um pouco incógnita, tudo indicando ser de origem caucasiana, nao tendo por tanto nehuma semelhança com as linguas latinas. É a única lingua de origem nao indo-européia de toda a europa ocidental. Na verdade é uma língua totalmente diferente de tudo o que eu já vi.

domingo, 18 de enero de 2009

"La nieve"


...9 de janeiro, eram onze horas eu não havia saído de casa, também não era para menos, estava nevando um monte! Aqui em Madrid, na cidade, no é comum a incidência de neve. Fazia já três anos que não nevava e desta última vez, foi pouco mais de uma hora, durante as primeiras horas da manhã, que ocorreu, amanhecendo uma leve capa branca sobre os automóveis e em alguns lugares mais descampados.

A incidência de neve em Madrid, ocorre, na serra norte, todos os anos e por meses de inverno neva quase que diariamente, mas na cidade, costuma ocorrer com uma freqüência de 5 em 5 anos mais ou menos e desta vez foi grande.

Nesse dia 9, fiquei vendo as notícias sobre as “carreteras” que estavam colapsadas e o aeroporto e em um verdadeiro caos. A neve havia começado às 7:30 da manhã . A situação ficou crítica pois nevou o dia todo e chegou a acumular 12 cm de neve, no final da tarde, pois nevou o dia todo.

Ao meio dia saí de casa, tinha que ir a Associação Arpa, apanhar um livro (El libro de vivencias em El transporte Público), editado pelo Consórcio Metropolitano de Transportes, que foi um concurso de vivencias no metro e que por eu estar escrevendo sobre o assunto, solicitei um exemplar e me foi passada esta data para apanhá-lo.

Incrível, desci na estação de República Argentina, na Calle Serrano, a duas quadras do número 163 que era onde eu deveria ir, nevava muito e meus passos afundavam na fofa neve que já tinha quase 10 centímetros de espessura.

Lá chegando, apanhei o livro e voltei à estação, como uma criança, muito alegre com o que havia visto, sentido e desfrutado. Voltei para casa e me pus novamente a ver a tele, a situação estava totalmente descontrolada, quem pode aproveitou, já outros, sofreram um pouco as conseqüências de uma nevada forte e sem previsão (pois foi uma virada de tempo durante a madrugada), sendo pegos de calças curtas, no meio do caminho ao trabalho...

El Buen Retiro


“ Los Jardines tienen su origen entre los años 1630 y 1640, cuando el Conde-Duque de Olivares (Don Gaspar de Guzmán y Pimentel), valido de Felipe IV (1621–1665), le regaló al rey unos terrenos que le habían sido cedidos por el Duque de Fernán Núñez para el recreo de la Corte en torno al Monasterio de los Jerónimos de Madrid. Así, con la reforma del Cuarto Real que había junto al Monasterio, se inició la construcción del Palacio del Buen Retiro. Contaba entonces con unas 145 hectáreas. Aunque esta segunda residencia real iba a estar en lo que en aquellos tiempos eran las afueras de la villa de Madrid, no estaba excesivamente lejos del alcázar y resultó ser un lugar muy agradable por estar en una zona muy boscosa y fresca.”

Se em Madrid se quer passar um dia agradável, o Retiro é uma opção que pode suprir todas as necessidades. Cultura, ócio, esporte e esparciamenteo.

Local de convívio e passeio, de ativdades culturais e esportivas (ali existem salas de exposições – casa de vacas, palácio de cristal e outras, além de quadras de tênis, de futebol etc.), onde os madrileños vao fazer seu “footing” levar as crianças e distraírem-se.

Hoje em dia, com 118 hectares, situado no coração da cidade, ladeia o Real Jardim Botânico e o Museu do Prado e já não mais restrito à coroa e sim de uso público, desde Carlos III, o Parque del Buen Retiro ou simplesmente o Retiro é um dos lugares mais emblemáticos de Madrid. Das construções do Palácio do Retiro, somente resta o museu do exercito.

"Los hechos"



Chegamos à España, meio que por acaso, pois vim passar um final de semana na casa de um amigo brasileiro que viera a Pineda de Mar (Barcelona), começar “uma nova vida”. Naquele momento em 2001, havíamos decidido deixar o Brasil para traz, algo que sempre havia relutado em fazer - voltar às origens européias, mas que havia chegado o momento. Tínhamos os filhos criados e entre os mil desafetos como fracassos empresariais, diferenças de opinião, finalmente, após janeiro de 1999, quando meu pai faleceu, tomamos a decisão de partir.

Foram dois anos de preparação para “desplugar-se” de toda uma realidade vivida. Acertar contas, desligar telefone, resolver os passivos, etc... Enfim, em janeiro de 2001, partimos para Londres, onde vivem meus sogros, que em princípio, seria uma parada estratégica, servindo como uma base de observação dos prováveis destinos. Voltar à Itália, nossa origem e onde temos família (irmã, tios, primos, etc...), a mim nunca me agradou muito, Portugal: talvez, España, já veríamos...

Foi então assim: Chegamos a Pineda de Mar em março de 2001 e dois dias depois eu já tinha um contrato de trabalho: “Repartidor” – Entregar pão – Era uma empresa de panifícios, a TAMENFO S.A. que supre uma rede de hotéis, hospitais e residências de terceira idade do litoral do Maresme. Ali ficamos até quando nos demos conta de que não conseguíamos encontrar um “piso” para viver, pois é uma região turística e não se alugam apartamentos por ano, com contratos, etc. e sim somente por semanas durante as temporadas (maio a setembro) e na casa dos amigos já não poderíamos mais ficar por motivos de convívio entre eles e conseqüentemente entre nós e eles... Fomos a Setubal em Portugal. Ali tinha um projeto pessoal de iniciar estudos na Universidade local, mas o destino nos fez voltar a Pineda. Então, já em final de temporada e sem muitas possibilidades de trabalho. Ali ainda fui “troquelador” em uma fábrica de embalagens e “camareiro” (garçom) em um hotel (Hotel Mèrce), que tenho muitas saudades deste período...

Passado isso, em 2002, me envolvi em um projeto que por diversas razoes não avançou - entre elas a maxidesvalorização do real talvez tenha sido a principal delas -, que seria o desenvolvimento de uma subsidiaria de um pequeno grupo de fabricantes de software de Curitiba, junto ao potencial mercado espanhol.

Em 2003, voltamos a Curitiba, onde pude trabalhar uma vez mais como engenheiro de origens rodoviárias, na área de planejamento de transporte público, mais especificamente no PIT/COMEC.

Tinha clara minha volta, terminado o projeto, para Madrid, onde já havia visto na ETSAM/UPM o doutorado que atualmente me encontro concluindo, mas, um probleminha de saúde (um melanoma cutâneo), me fez ficar uns meses mais por ali e finalmente em 2005, regressamos à España.

Desde ali, já trabalhei em 2 empresas construtoras, como “jefe de obra”, depois, na Universidade – no departamento de Urbanismo, em um projeto de pesquisa, que nos levou a apresentar um trabalho em um congresso internacional (Walk21 – Barcelona 2008), na Prefeitura de Madrid como Inspetor Urbanístico e no CEDEX, param realizar uma atualização da base de dados sobre a Mobilidade Urbana Sustentável na España.

Agora, em 2009, temos uma “beca” – bolsa de estudos, patrocinada pelo banco Santander, para a conclusão de nossa tese doutoral e umas oposições a contratos de trabalho público junto ao CEDEX e a o SEPES, que terão fases de seleção ao longo do primeiro semestre desse ano.

Assim, desde que estou aqui, já fui repartidor, troqueleiro, camareiro, jefe de obras, investigador e agora becário, sempre feliz e contente. Que juntados ao passado brasileiro, também fui ali estagiário, auxiliar de pesquisa, “pastapeiro”, engenheiro, dono de bar, sócio de empresa, porém desiludido e triste... – a grande diferença...

El Rastro



Ao final do século XV e princípios do século XVI, nas “afueras” de Madrid amuralhada, se estabelece próximo ao “matadero”, junto a “Ribera de los Curidores”, um mercado popular, onde se comercializam vísceras das reses mortas, cujo rastro de sangue muitas vezes fica marcando o terreno. No mesmo local, ciganos e populares, vendem roupa usada. Tem assim origem ao “Mercado del Rastro”, que com o passar do tempo segue existindo, agora unicamente aos domingos, contando com 3.500 postos de venda, onde se pode comprar artesanato, antiguidades, roupa usada, petiscar, etc. Existe também umas atividades bastante peculiares, como o mercado de figurinhas e revista em quadrinhos, que funciona mais como troca do que como compra e venda...
Na parte alta, está a “Plaza del Cascorro” – Eloy Gonzalo (1868-1897), herói nacional popular da Guerra de Cuba – e descorre a dita Ribera de los Curtidores até a “Plaza del Campillo del Mundo Nuevo”, na parte baixa. As ruas transversais também fazem parte do mercado. O Rastro é imperdível para quem vem a Madrid.

sábado, 17 de enero de 2009

A Imigração...

A imigração na España hoje, representa mais de 11% da população, ocupando desde 2000 a maior taxa de imigração do mundo (quatro vezes maior que a dos Estados Unidos e oito vezes maior que da França)

ANO---------Nº-------- %
1981-- 198.042 -- 0,52%
1991-- 360.655 -- 0,91%
2001-- 1.370.657-- 3,33%
2002-- 1.977.946-- 4,73%
2003 --2.664.168 -- 6,24%
2004 --3.034.326-- 7,02%
2005 -- 3.730.610 -- 8,46%
2006 -- 4.144.166 -- 9,27%
2007 -- 4.519.554 -- 9,99%
2008 -- 5.220.600 -- 11,30%


Entre as etnias que mais imigram à España, podemos destacar em primeiro lugar aos “moros” (Marroquinos – 13,59% em maior quantidade e argelinos – 1,14%, já em número não tão significativos), que cativamente e desde que a península foi invadida por eles, aqui permaneceram, mas que em números hoje estão abaixo de outros grupos étnicos.
Outra etnia a destacar são os ibero-americanos - 36,21% (equatorianos - 11,13%, colombianos – 6,40%, argentinos – 3,63%, bolivianos – 3,37%, peruanos – 2,31%, etc.), que hoje representam a maior população imigrante e também recentemente europeus - 38,81% e asiáticos - 4,62%.
Em termos de países, a Romenia, atualmente ocupa o primeiro lugar em números, com cerca de 730 mil imigrantes, seguida por Marrocos, Equador, Reino Unido, Colombia, Bolivia, Alemnha, Italia e Argentina compondo os 10 primeiros. O Brasil, aparece em 14º lugar com 115 mil imigrantes.
A imigração é vista pelos socialistas (hoje no poder), como um benefício e uma força de trabalho necessária ao país e pelos populares (conservadores) como um perigo e uma ameaça aos postos de trabalhos do povo espanhol.

Os imigrantes, em seu total, são 53,4% homens e 46,6% mulheres, sendo que para os sul-americanos 53,42% são mulheres e 46,58% homens.

Os principais motivos desta onda imigratória, tem origem no crescimento econômico registrado a partir de 1983 e tem diferentes facetas, pois os imigrantes europeus (Ingleses, alemães, italianos, etc.) em grande parte são aposentados, maiores de 65 anos, que vem em busca de uma vida em um clima mais ameno (Sun Belt), já os ibero-americanos, pela identidade lingüística e a perspectiva de trabalho e melhores salários, encontram-se em idade produtiva, em torno dos 30 anos de idade para os homens e 24 para as mulheres.

viernes, 16 de enero de 2009

Madrid - show!


É um sonho morar em Madrid. Uma cidade que tem entre muitas coisas, uma cara de “cidade americana”. Sim, digo isso porque Madrid até 1561 não era lá quase nada. Quando então passou a ser sede da coroa e começou a crescer a partir de um mesmo momento em que a Cidade do México, Santiago do Chile, Rio de Janeiro e tantas outras “cidades americanas”. Assim os mesmos traços urbanísticos determinados na conformação destas, serviram de experiências para o desenho da capital espanhola. (foto: Madrid - desde "La Pradera")

A parte de sua identidade urbana com nossas cidades, aqui, se pode desfrutar de uma imensa quantidade de atividades culturais que vão desde teatros, palestras, congressos, etc. a festejos populares, muita atividade ao ar livre – como já dissemos a rua é a segunda morada do espanhol – e sempre, com uma qualidade que dificilmente encontramos no Brasil.

Em especial, nesses encontros a que me refiro, encontramos “gentes” de todas as idades, classes sociais, níveis econômicos, sexo, etc. A cidade é extremamente democrática em seu convívio e proporciona muitas atividades aos seus moradores, turistas e cidadãos.

Berço de grandes artistas como Francisco de Goya por exemplo. Madrid, terceira maior capital da Europa (considerando Moscou fora da Europa), somente menor que Londres e Paris, é um grande centro cultural como não poderia deixar de ser.

O transporte público é algo que não dá nem para comentar. Quem vive em Curitiba, pensa ter um transporte de qualidade. Não é de todo mal, mas quando comparamos com o daqui, sinceramente não dá para fazer qualquer tipo de analogia. Aqui o metro, tem mais de 300 km e 300 estações. Além disso, existem mais de 2.000 ônibus que integrados ao metro, complementam o transporte urbano. A nível metropolitano existem 587 km distribuídos em 10 linhas de trens de cercanias, que liga a cidade, com as principais cidades da Comunidad e Madrid, também integrada à rede de metro e ônibus... Se vai aonde quer muito facilmente... e olhe, que os preços são menores que do ônibus de Curitiba!!!

Viver na España


Viver na España é sinônimo de duas coisas: - Acostumar-se com os trabalhos mais malucos possíveis (eles tem uma péssima gestão de recursos humanos – ou seja, não sabem escolher as pessoas certas para as respectivas funções) nos horários mais doidos ainda e também aprender com eles, que o horário de almoço é as 15 horas e que a tarde começa às 17 horas... (na foto - Plaza Mayor de Salamanca - 1756)

Eles são únicos! Acham que o certo é isso e que o resto todo do planeta ta errado. Já tentei explicar ou melhor discutir o tal do AM/PM que para todos os seres humanos, separa as doze horas do período matinal e as doze horas do período vespertino, assim as manhãs terminam às 12 e por tanto 13 horas (ou 1:00 PM) já é de tarde e conseqüentemente o horário de almoço, deveria estar situado mais ou menos nessa transição entre manhãs e tardes...inútil e desgastante.

Mas por outro lado, viver na España, é conviver com uma população, em que mesmo as pessoas de pouquíssima instrução são muito cultas. Pode parecer uma contradição, mas não é. Todo mundo lê e bastante, se informam e não admitem nada que não esteja bem esclarecido a não serem os horários... hehehe...

Você tem sempre que ter um argumento e uma justificativa para suas atitudes. Não vale aquela “porque gosto” ou “porque sim”. Se você não sustentar com argumentos lógicos, passa por tolo.

Por um lado, existe como já disse muita gente despreparada para a função e por outro, a população em geral, muito exigente com relação às atitudes que se toma. Assim, você se vê obrigado a explicar certas coisas que muitas vezes não são fáceis de serem explicadas, a uma pessoa, que tem um juízo nem sempre afinado com as explicações que você pode vira a dar.

Agora você imagine, nesse cenário, estudar um doutorado... hehehe... Não é muito fácil... Creia-me...

Um pouquinho sobre "España"


A “España, por sua história empreendedora, a partir de objetivos determinantes de cara ao futuro que planejava no final do século XV, como a rendição árabe em Granada, a nomeação do cardeal Rodrigo Borja papa em Roma e a assinatura com Portugal do tratado de Tordesillas, inicia com a defesa de Cristóvão Colombo (ou “Colón”), na Universidade de Alcalá de Henares, o projeto de descobrimento da América. Esse fato foi um marco para a história mundial. Na foto acima - El Escorial - Comunidad de Madrid

A descoberta e colonização do novo continente geraram receita à España por mais de dois séculos, quando então movimentos revolucionários europeus juntamente com as primeiras independências das colônias, debilitaram a monarquia espanhola.

No século XX, se por um lado a España não se viu envolvida nas grandes guerras, por outro teve sua própria – a guerra civil, que culminou com a segunda república e a ditadura “franquista” até o final dos anos 70.

Hoje, num esforço de modernização, o país segue crescendo e assumindo posições relevantes no cenário mundial. Madrid, a capital, se aponta como um grande centro financeiro da Europa e já supera até mesmo a Frankfurt segundo algumas recentes análises. O turismo é algo impressionante, já que em um país de 42 milhões de habitantes, visitam anualmente mais de 60 milhões de turistas.


O modo de vida da população é bastante peculiar, pois o espanhol em geral vive o dia de hoje. O que passou, passou e o amanha nunca se sabe o que vai acontecer então o dia de hoje, deve ser bem vivido. “Hay que disfrutarlo, pasarlo bien!” – frase feita, costumeiramente dita por alguém quando se refere ao viver o hoje.

Outro fato interessantíssimo da maneira como vivem, é que a rua é a segunda casa (se não a primeira...) do espanhol. Eles não ficam em casa mesmo. Saem, vão aos bares (existe um bar para cada 140 pessoas) – que diferente do nosso costume que bar é coisa de pinguço, na España é um fato social. Tomam o “desayuno”, reúnem-se para conversar, passam para ler o jornal, tomar café, umas “copas” também e claro, de vez em quando “uma borrachera”, afinal estamos falando de bares não de igrejas...

Pouco a pouco, iremos tentando passar algo mais de nossa visão sobre ao España que conhecemos.

jueves, 15 de enero de 2009

Roberto Ghidini

Sou Engenharo Civil pela Universidade Federal do Paraná (1982), com especialização em Engenharia Nuclear (UFPR/CNEN/MME - 1981). Atualmente estou concluindo doutorado em Urbanismo em Madrid, na ETSAM/UPM, onde obtive a "suficiencia investigadora" (M.Sc.), em novembro de 2007. Recentemente, me foi adjudicada uma bolsa de estudos para conclusão da tese doutoral em um convenio da UPM-BSCH, para o ano 2009.
Tenho experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Engenharia de Transporte, Meio Ambiente e Urbanismo, também em Gestao de Projetos e Obras de Engenharia Civil. Sou amante da fotografia, da música popular brasileira e tenho como meta principal, o combate ao uso do veículo privado como meio de transporte, dando prioridade aos transportes públicos, aos transportes sustentáveis e alternativos e ao caminhar.
Nesse contexto, em 2003, com um grupo de outros pensadores, fundamos a Sociedad Peatonal (SP), ONG destinada a melhorias nas calçadas das cidades como fator decisivo na melhoria da caminhabilidade e do acesso às paradas de ônibus e/ou de outro meio de transporte público, bem como do exercício da cidadania. Fui então empossado como primeiro presidente da mesma, para 2003/04 e reeleito para 2005/06. Estou casado há 30 anos com Joyce e sou pai de um casal (Roberto-1979 e Giulianna-1981).
A vinda à Espanha em 2001, teve vários motivos, como por exemplo o fato de que os filhos já maiores de idade e com seus estudos universitários concluídos poderíam dar passos por conta própria, o descontentamento pela monotonia e a rotina da vida curitibana e mesmo o desejo de viver em um país mais avançado social e politicamente que o Brasil. Com as mudanças de áres, os estudos do doutorado, vieram naturalmente.