jueves, 31 de diciembre de 2009

Feliz 2010!


Isso mesmo, a todos os que acompanham este blog, desejo um feliz ano novo, muita paz, saúde e conquistas neste próximo ano que amanhã inicia.

Estou contente, por haver iniciado com este blog, onde posso extravasar em parte minhas angústias, minhas críticas e minhas opiniões.

Foram 166 artigos publicados, o que da quase um artigo a cada dois dias em média e versaram basicamente sobre urbanismo, Espanha, as diferenças entre Curitiba e Madrid e temas cotidianos, quase sempre de fundo bastante pessoal.

Reconheço que muitas vezes, é bastante repetitivo e por abordar temas pessoais e sobre tudo uma visão pessoal, pode ser por demais cansativo e chato...

De qualquer maneira, os convido para que neste próximo ano continuem seguindo minhas “rabugices”, que farei o possível para sejam menos repetitivas – em todo caso duvido um pouco – e mais atrativas.

Uma vez mais, desejo a todos um feliz 2010.

Abraços sinceros,

Roberto Ghidini

miércoles, 30 de diciembre de 2009

Mobilidade Urbana Sustentável.


O que é mobilidade urbana sustentável?

Um dos objetivos das sociedades desenvolvidas em matéria de mobilidade é evoluir aos modelos de baixo consumo de carbono e menor consumo energético, sempre com critérios de equidade social, e distribuição justa da riqueza. Em suma, o objetivo da sustentabilidade. Para isso, uma mobilidade sustentável implica garantir que nossos sistemas de transporte respondam às necessidades econômicas, sociais e ambientais, reduzindo ao máximo suas repercussões negativas.

Este conceito recente está sendo implantado paulatinamente nas políticas públicas e nos hábitos dos cidadãos. A “mobilidade sustentável” engloba um conjunto de processos e ações, tanto por parte dos profissionais do setor, bem como das pessoas em comum, para conseguir como objetivo final um uso racional aos meios de transporte.

Ainda que seja certo que os poderes públicos, cada vez mais estão tendo em conta a sustentabilidade no transporte e nos deslocamentos das pessoas, a verdade é que ainda resta muito por fazer.
Para fomentar a “mobilidade sustentável”, os organismos públicos inclinam-se por uma política de enfoque múltiplo, que aborda os diversos problemas que o grande número de veículos acarreta e trata de moderá-los na medida do possível com diferentes iniciativas em vários âmbitos.


Futuros desafios para a mobilidade urbana

Os desenvolvimentos do tráfego e da mobilidade refletem os níveis de desenvolvimento social, econômico e técnico em nossas cidades que se vêem influenciadas atualmente por fortes tendências:

1. A população em nossas cidades cresce permanentemente, tanto por razoes demográficas como devido ao contínuo processo do êxodo rural para as cidades. As cidades são centros de crescimento econômico e por tanto, também de bem estar individual. Isso implica uma contínua diferenciação dos estilos de vida e das demandas de mobilidade.
2. O aumento dos preços dos terrenos, moradias e aluguéis nos centros das aglomerações urbanas, tem como conseqüência, um incremento do número de moradias nas zonas periféricas. Este fenômeno faz com que o tráfego aumente devido ao fluxo de trabalhadores aos centros urbanos. As cidades se convertem cada vez mais em regiões metropolitanas onde aumentam as distancias entre os centros residenciais, trabalho e serviços.
3. Novas formas de fazer compra, sobretudo em centros comerciais e shoppings, assim como freqüentarem a centros de laser localizados nas periferias das cidades, geram novas correntes de tráfego. O aumento do comércio eletrônico, o uso da Internet e outras formas modernas da cultura de compra midiática, por exemplo, serviços de entrega de comida, implicam em um crescente tráfego individualizado no que concerne às entregas. Distribuição de produtos e serviços “just in time” geram um incremento do transporte de bens e pessoas em nossas cidades.

Como conseqüência destas tendências é que cada vez mais pessoas se movem e cada vez mais e mais rapidamente. Distribuem-se cada vez mais bens e serviços do tipo “tele serviços” e cada vez a mais destinos. A explosão dos serviços de transporte origina a nível mundial um maior consumo de recursos, um crescimento de danos ambientais e o aquecimento global. Em sentido inverso, as estruturas de organizações políticas, os obstáculos jurídicos, a falta de recursos financeiros e a consciência deficitária da população impedem as mudanças necessárias para que a crescente mobilidade de nossas cidades seja calcada sobre uma base que seja compatível com os desejos da sociedade, a saúde, a segurança a ecologia e a eficiência econômica.


Assim, parece-nos necessário o reconhecimento, que a mobilidade é um dos principais focos dos problemas ambientais das cidades (perda dos espaços livres ao se converterem em estacionamentos, contaminação atmosférica, ruído, tensão urbana, etc.). Os planos urbanos deverão passar por restabelecer o equilíbrio entre os distintos meios de transporte, favorecendo o público frente ao privado e – sobretudo – reduzir na medida do possível o nível e as repercussões do uso do automóvel no interior das cidades.

Os pedestres devem ser reconhecidos em programas, planos e estratégias como os principais usuários das vias das cidades. Sem eles se perde o verdadeiro valor cenográfico da cidade e em conseqüência, a própria imagem da mesma. As políticas públicas devem consistir, mais que na criação de “reservas protegidas” (calçadões), na eliminação da grande quantidade de obstáculos surgidos pela própria ordenação do tráfego motorizado e na melhoria da qualidade das calçadas, compatível com a necessidade do deslocamento acessível a todos. Neste sentido e assumindo que a bicicleta é o veículo ecologicamente correto, deve-se ter em conta a incorporação prévia, deste modo de transporte nas estratégias globais de mobilidade.

Uma planificação urgente e a nível regional e local, para o transporte público, a fim de frear a queda de seu uso, verificado nos últimos anos. Reconhecemos que o aumento da eficácia dos transportes públicos reduziria o uso do transporte privado. Indiscutivelmente, um plano de melhoria da qualidade do transporte público nas cidades, implicaria em um alto custo econômico, que sem dúvida, a médio prazo redundará em benefícios para a cidade. Somos conscientes, que algumas medidas necessárias e eficazes em curto prazo, implicariam em decisões difíceis e impopulares, arriscadas para o poder público que por vezes não quer se expor, mas que por outro lado, não se pode mais prorrogar, caso contrário seguiremos aumentando a congestão, a contaminação e o uso do veículo privado.

É evidente, que para conseguir uma economia urbana sadia, é essencial uma fácil mobilidade através da cidade, fruto de uma política de gestão do tráfego ágil e coerente. Neste sentido, as novas tecnologias devem incorporar-se em toda sua extensão como instrumentos de grande valor operacional. As políticas a programar devem provocar compatibilidade: diminuição do congestionamento e em conseqüência aumento da fluidez, porém – com a melhoria da qualidade ambiental – é necessário evitar que esta fluidez constitua em si um fomento para o maior uso do veículo privado nas zonas urbanas. Assim, é oportuno desenhar um plano de tráfego tranqüilo (“calming traffic”) para essas áreas.

PMUS. ¿Qué es?


· Qué es un plan de Movilidad Urbana Sostenible?

Se trata de un conjunto de actuaciones que tienen como objetivo la implantación de formas de desplazamiento más sostenibles (caminar, bicicleta y transporte público) dentro de una ciudad; es decir, de modos de transporte que hagan compatibles crecimiento económico, cohesión social y defensa del medio ambiente, garantizando, de esta forma, una mejor calidad de vida para los ciudadanos.


· Objetivos y Beneficios

Alcanzar un nuevo equilibrio en los medios de transporte que concurren en la ciudad.

Reforzar el papel de los medios más benignos y eficientes social y ambientalmente como son: el peatón, la bicicleta o el transporte colectivo reduciendo así la participación del automóvil privado.

Los principales beneficios aportados por un Plan de Movilidad Urbana Sostenible son:

Disminución de atascos, congestión, ruido, contaminación atmosférica, accidentes. disminución del consumo de energías no renovables, promoviendo el uso de otras energías más limpias.
Reducción del tiempo de los viajes.
Mejora de los servicios de transporte público.
Mejora de las condiciones de accesibilidad.
Mejora de la calidad del medioambiente urbano.


· Metodología


Para el logro de estos objetivos se desarrolla una metodología multifase:
FASE I: Prediagnostico y objetivos generales;
FASE II: Trabajos de Campo, Analisis y diagnóstico > Plan Director;
FASE III: Marcos estratégicos, Medidas, Planes y Programas;
FASE IV: Participación y Puesta en Marcha, Presentación, seguimiento, evaluación y medidas correctoras, Plan de comunicación y participación social.

· Areas de actuación

Tráfico:
Con el objetivo de optimizar la circulación en el viario existente, principalmente en las zonas conflictivas, hay que realizar un programa integral de tráfico que englobe la optimización de los sentidos de circulación, cruces, intersecciones, accesos, semáforos y tráfico de mercancias.


Aparcamientos:
Para lograr la optimización del sistema de estacionamiento general, hay que desarrollar un programa de reordenación del estacionamiento en superficie, aparcamientos de disuasión, estacionamiento rotacional y aparcamientos subterráneos.

Transporte público:
Se elaborará un plan de actuación que permita mejorar de forma eficiente y sostenible en el tiempo la accesibilidad, los tiempos de viaje, la coordinación y la conectividad de la red.


Peatones y ciclistas:
Con el objetivo de establecer criterios de fomento de la movilidad no motorizada se desarrollará un programa de fomento de la bicicleta, un esbozo de esquema de red para bicicletas y un plan de mejora de la accesibilidad.

Impacto ambiental:
Evaluación del impacto ambiental y ahorro energético de todas las actuaciones del PMUS.

martes, 29 de diciembre de 2009

Motu Cordis




En 1628, hubo una gran revolución científica (De motu cordis – William Harvey), que cambió toda la interpretación del cuerpo con sus descubiertas sobre la circulación de la sangre – su estructura, estado de salude su relación con el alma, dando origen a un nuevo modelo de conocimiento del corpo humano. Lo que Harvey descubrió, fue que el corazón bombea la sangre, a través de las arterías del cuerpo, recibiéndolo de vuelta por las venas, para nuevamente ser bombeado. Eso coincide con el surgimiento del urbanismo moderno, que también provocó una gran transformación social: el individualismo. En cima de todo, el hombre moderno es un ser humano móvil.

“Adam Smith, fue el primer a reconocer que las descubiertas de Harvey llevarían a eso, imaginando un mercado libre, laboral y de mercancías, operadas de modo parecido a la circulación de la sangre y capaz de producir idénticas consecuencias.”
[1] El homo economicus, especializado, podría moverse por toda la sociedad, explotar poses y habilidades ofrecidas por el mercado, pero siempre a un precio. Hoy, ese principio general, viene sendo aplicado a las ciudades, entregues a las exigencias del tráfico y al movimiento acelerado de las personas. Ciudades llenas de espacios neutros, que sucumbieran a la fuerza mayor de la circulación.

Los enlaces entre la ciudad y esa “nueva anatomía”, establecerán se concretamente, con nuevas descubiertas sobre la piel - Enest Platner, en los años 1700, decía que el aire es como la sangre, debiendo recorrer el cuerpo y la piel es la membrana que le permite respirar. La nueva cultura de facilitar las funciones respiratorias y circulatorias transformó el panorama de las ciudades y alteró los métodos de aseo personal de los ciudadanos.

A partir de los años 1740, los grandes centros europeos, pasaron a cuidar de la limpieza urbana, drenando los charcos, anteriormente llenos de orina y heces, creando las redes de alcantarillados. Dichos cambios, fueran acompañados por leyes de salud pública
[2]. Palabras como “arteria” y “vena”, fueran introducidas en el vocabulario urbano del siglo XVIII, aplicadas a proyectistas que utilizaban el sistema sanguíneo como modelo para el tráfico.



[1] Nos cita Sennett en referencia a la percepción holistica y futurista de las conclusiones obtenidas por Harvey en cuanto relacionadas al modus operando de la nueva ola económica que se deseñaba.
[2] Contexto extaído del libro “La carne y la piedra” de Richard Sennett.

A Rua (de todos!)

Comecei chamando de minha rua, pois a idéia era mostrar as comparações entre a “Calle General Ricardos” e a “Av. Manoel Ribas”, que então poderiam ser “minhas ruas” dado o fato de haver morado em ambas.

Agora para encerrar este assunto, falo da rua de todos, que sem dúvida é a General Ricardos (e sua continuação "La Calle de Toledo"), onde idosos, cadeirantes, crianças em carrinhos de bebê e de mãos dadas com seus pais podem caminhar.

Espero que algum dia a Manoel Ribas também possa ser de todos!
Passo Zebra: Fácil para qualquer pessoa cruzar a ruaAmbiente seguro, agradável e covidativo para um passeio.

lunes, 28 de diciembre de 2009

Minha Rua (…5)


Poderia bem ser 14…, tendo em vista as acentuadas diferenças que existem entre “aí” e “aqui”, mas acho que não compensa estender tanto o assunto.

São questões de respeito e cidadania, que nada melhor que algumas imagens para esclarecer melhor. Coisas como dificuldades de circulação, obstrução da circulação, que contrariam com policiamento, pessoas circulando de forma fluída, com conforto e segurança...

Obstruçao da circulaçao - plantao de vendas

Circulaçao livre sem interferências
Por onde atravessar a rua???
Limpeza e cuidado...segurança e conforto
Circulaçao impossível a uma cadeira de rodas
Equipamentos de lazer e de descanso
Falta de manutençao e piso de baixa qualidade para o pedestre
Transporte público multi-modal abundante

domingo, 27 de diciembre de 2009

Minha Rua (4)

Outra vez o tema é o Transporte Público.

Quando se fala em transporte, temos que separar em duas classes, com respeito à propriedade que possa ter o usuário com o meio de transporte:

· Transporte Privado é aquele adquirido por pessoas particulares ou empresas e cujo uso é restrito aos seus donos. O usuário é o dono do veículo.

· Transporte Público é aquele que utiliza meios de transporte en que os passageiros não são proprietários dos mesmos, sendo servidos por terceiros. Os serviços de transporte público podem ser fornecidos por empresas privadas, bem como empresas públicas. Neste último caso, os meios são um bem público e por tanto coletivo. (Illich).

Em Curitiba e Madrid, as diferenças não se limitam apenas à propriedade dos veículos que no primeiro caso é de empresas privadas e em Madrid, é de propriedade do Consórcio Metropolitano e público. Vai mais além...

Em Curitiba, criaram um sistema exclusivo, que num primeiro momento pareceu ser genial, “os tubos” – que além de permitirem a integração física e tarifária possibilitaram ganhar velocidade na parada, uma vez que o embarque se dá em nível e com a passagem já paga.

O sistema, por ser exclusivo, impõe algumas restrições de ordem prática à substituição das empresas permissionárias do sistema, além do tubo em si ser uma estrutura cara e que ocupa muito espaço físico (é do tamanho de um ônibus “que fica parado na calçada”). Para que o deficiente físico possa ter acesso ao tubo e conseqüentemente ao ônibus, necessita um serviço de elevador acoplado ao tubo, já que a plataforma do mesmo fica algo como um metro acima do piso.
Paradas do "ligeirinho" na Praça Tiradentes - trambolhos


Em Madrid, os veículos é que são dotados do sistema “piso baixo”, comum à grande maioria das cidades européias, que como o nome diz, tem nos veículos o piso bastante baixo. Ao pararem no ponto, um sistema pneumático da suspensão, proporciona o rebaixamento do lado direito do veículo (lado do embarque), ficando o nível do piso, praticamente nivelado com a calçada do ponto de ônibus.

A integração se faz pelo bilhete utilizado, que é comprado com antecedência e normalmente com 10 passagens e um desconto de 26% neste caso, e é temporal (90 minutos), não necessitando das instalações estanques como é o caso do tubo e não demandando esta cara, obsoleta e volumosa estrutura, que acaba sendo alvo de atos de vandalismo. Aos deficientes físicos, usuário de cadeira de roda existe uma plataforma na porta de desembarque, que acionada pelo motorista, que é projetada sobre a calçada e permite o rolamento fácil até o interior do veículo.

Parada de ônibus na esquina da minha casa - piso baixo

Minha Rua (3)

O terceiro tema é a acessibilidade.

Cada vez mais que vamos buscar detalhes nas ruas, mais se notam as diferenças entre o dito primeiro mundo e os países em via de desenvolvimento... Nas esquinas das ruas, existem os cruzamentos de veículos e pedestres (peatones) e consecutivamente, ao pedestre, cabe por alguns segundos adentrar ao espaço de circulação do automóvel, até chegar à calçada do outro lado da rua.

As esquinas em geral, são de dois tipos: - as que têm semáforos e as que não os tem. A grande diferença é que no primeiro caso, o automóvel, fica retido pela luz vermelha, dando vez aos veículos e pedestres da outra rua que por sua vez estão com luz verde, seguirem sua marcha. Nas esquinas onde não existe o semáforo, existe a tal preferencial para os veículos e que deveria também ser para os pedestres.

A grande diferença existente entre Curitiba e Madrid, talvez esteja justamente nestas esquinas, pois aqui, os automóveis “sempre” (eu disse sempre) cedem passo aos pedestres e em Curitiba “nunca” (eu disse nunca) isso acontece.

Além do que, existe o fato que as calçadas, normalmente estão em um nível de uns 15 a 20 centímetros mais altas que o pavimento das ruas, existindo por tanto, nas esquinas, as ditas “rampas” de acesso (que no caso de Curitiba, são tidas como rampas para cadeiras de roda) para que suavemente, se possa descer estes 15 centímetros e logo, novamente subir. – Outra diferença gritante....


Curitiba: "Rampa", buraco... e um poste de sinalizaçao no caminho


Madrid: Rampa em nível em toda largura da travessia...

Minha Rua (2)

O segundo tema é a calçada.

Interessante comentar a diferença lingüística entre o português e o espanhol neste caso, pois no Brasil, temos calçada como a parte destinada ao pedestre e pavimento a destinada ao veículo. Já em espanhol, chama-se “calzada” o pavimento onde trafegam os automóveis e “aceras” onde andam os “peatones” ou pedestres.

Assim aqui, queremos tratar da parte da via onde andam as pessoas e não os automóveis, as nossas calçadas ou as aceras espanholas.

Em Curitiba, existem vários tipos de pavimentação para as calçadas, que segundo a legislação atual, é de responsabilidade dos proprietários a sua construção e conservação de acordo com a tipologia determinada pelo zoneamento municipal. Na “minha rua” de Curitiba, o padrão é a “pedra lascada”, algo que fica entre o neolítico e o mundo feudal, creio, pois seu padrão de conforto ao usuário é nulo.

Existem poucas calçadas em Curitiba, que conseguem responder ao quesito conforto de forma satisfatória, porém esse padrão é sem dúvida um dos piores, se não o pior deles.

Com relação à fluidez e a segurança, verificamos também no caso da Av. Manoel Ribas, vários problemas de interferência do mobiliário urbano que por vezes impede o fluxo de forma aceitável (em especial aos portadores de mobilidade reduzida) e podem ser obstáculos causadores de acidentes.

Como a responsabilidade legal (embora nesta minha rua, quem construiu em outras épocas a calçada foi a municipalidade), fica a prefeitura isenta de qualquer ônus que venha a ocorrer a um munícipe por um acidente na calçada. Aliás, conheço várias pessoas que nas mercês (inclusive na Av. Manoel Ribas), sofreram quedas e que nunca se recuperaram, por problemas da idade e da osteoporose a 100%. Cito o Comandante Ruy Carlos Lemoine (visinho – 90 anos), a Sra. Marly Theresa Darif (prima – 65 anos) e o Zaca Fuentes (amigo – 51 anos).


Mobiliário urbano conflitante com a fluidez.



Irregularidade do piso e falta de manutenção.

Em Madrid, mesmo em ruas estreitas, os itens, fluidez, conforto e segurança, são assegurados na maioria das calçadas. Na Rua General Ricardos, o piso é formado por vários padrões de elementos “cimentícios”, que para cada situação existe um piso próprio, mas o principal é o desenho da rua:

Temos um espaço, junto à via de circulação de veículos, que se destina à colocação do mobiliário urbano (+/- 2,0 m) e um outro, mais próximo às edificações, que no caso não existe recuo no terreno, destinado à circulação das pessoas, que então não existe nenhum elemento conflitante (+/- 3,0m), garantindo assim a total fluidez.

Quanto ao conforto e segurança, tem-se normalmente, a disposição de um banco, uma papeleira e uma luminária, juntos, e sempre que possível, a cada 50 metros entre um conjunto e outro, garantindo assim o descanso de quem queira em lugar onde se possa permanecer (mesmo à noite), com segurança.

O mobiliário urbano, além de colocado nesta faixa que mencionamos anteriormente, procura ser desenhado, de forma que os portadores de mobilidade reduzida (especialmente aos deficientes visuais), não sofram impactos por não percebê-los de forma correta (caso dos orelhões brasileiros, que têm um “pé” de 10 cm de diâmetro e em cima são o que são...).



Qualidade do pavimento – Segurança.



Desenho da via – circulação/mobiliário

sábado, 26 de diciembre de 2009

Minha Rua


Esta série de artigos para fechar o ano, mais bem poderia ser chamada de “mi calle” em vez de minha rua. Trata-se de algumas comparações, que melhor que nada, as imagens são capazes de mostrar sobre as diferenças que existem nas ruas de Madrid e de Curitiba. As fotos foram tomadas em novembro (Curitiba) e dezembro (Madrid).

No caso de Curitiba, são da Av. Manoel Ribas e Rua Jaime Reis, e em Madrid, da Calle General Ricardos e Calle de Toledo. Em ambos os casos, a rua é a mesma e somente muda de nome. Em ambos os casos também é a “rua” onde moro – Em Curitiba onde morei. Em ambos os casos, são ruas localizadas em bairros de classe média e próximos do centro das respectivas cidades.


O primeiro tema é a parada de ônibus.


Em Curitiba, temos vários tipos de paradas. Em Madrid também. As paradas em Curitiba variam de acordo com o tipo do ônibus (expressos e ligeirinhos utilizam os tubos), mas na área onde documentamos o caso, a parada é para os “desintegrados” amarelões, que em geral somente em Santa Felicidade é que se pode fazer qualquer tipo de transbordo sem pagar outra passagem. No centro da cidade, na praça Tiradentes, só resta mesmo descer do ônibus. Existem outras paradas ainda mais simples que estas, que são aqueles postinhos com uma plaquinha amarela que diz “parada de ônibus” e nada mais.

O detalhe, não é a estética formal do mobiliário urbano, se não, mesmo a falta de informação ao usuário, o que nos chama a atenção. Quando muito, num “banner” lateral, informa-se quais são as linhas que fazem parada naquele ponto e nada mais. Quando existe algum tipo de mapa, é extremamente confuso e tem que ser interpretado.


Em Madrid, as paradas, também variam de forma, mas em todas, existem informações extremamente úteis, como frequencia, horário de início e término do serviço em dias laborais e finais de semana, tarifas, etc. em geral, existem informaçoes em braile para deficientes visuais e no verso deste painel informativo, sempre existe um mapa geral do Consórcio de Transportes, onde estao todas as linhas de ônibus, metrô e trens de cercanías.

Todos os pontos são numerados e através de um sistema de monitoramento dos ônibus, se pode sempre saber através do envio de um SMS ao sistema, em que se informa o número da linha e o número do ponto, então recebe-se uma resposta de quanto tempo irá levar para que aquela linha chegue àquele ponto – existem pontos com um display na parada, que vai informando os tempos que faltam para as chegadas de cada linha – outra informação, é o roteiro e as correspondências existentes ao longo de cada uma das linhas que faz parada no ponto.

viernes, 11 de diciembre de 2009

Da indignação à raiva


Fosse música do Chico Science seria da lama ao caos, mas no caso da troca de carteira de habilitação o papo é esse:

Recebi uma resposta da Sra. Soraia referente ao e-mail da nota anterior, me passando a seguinte instrução:

Boa tarde Sr. Roberto,

Conforme instruções do Sr. Jairo Castro, Gerente do RENACH do DENATRAN, os brasileiros que estão em processo de troca da CNH na Espanha e que, necessitam da confirmação correta dos dados, devem entrar em contato com o DENATRAN através dos telefones: (61) 2108-1805 ou (61) 2108-1806.

O DETRAN do Paraná coloca-se a sua disposição para as informações que necessitar, porém quanto a esta questão, somente nos cabe repassar as informações prestadas pelo DENATRAN, já que é o órgão responsável por validar os dados das CNH's para a Espanha.

Grata

Soraia Castro
COOHA/DAH
(41)3361-1170


Assim que me coloquei em contato com o tal departamento do órgão supremo em Brasília e a funcionária, me pediu meus dados, consultou o sistema e disse que está tudo em ordem, que eu deveria novamente pedir uma cita que desta vez a consulta iria ter a informação correta (que minha habilitação está valida e que vencerá somente em 23/06/2013).

Aí eu lhe disse: É, mas a cita vai ser para daqui uns dois ou três meses sabe???

Ela disse: Não podemos fazer nada. Houve um probleminha com o sistema e foi informado errado, mas já lhe disse que agora não terá problemas.

Aí eu disse: Pois é, nós aqui fora, ficamos a mercê destes probleminhas que quase sempre ocorrem nas repartições públicas daí e quem sofre as conseqüências somos nós.

Ela disse: Já lhe disse que agora não terá problemas...

Agradeci, desliguei o telefone e fiquei pensando: Tomara que ela não tenha um familiar na fila do transplante de órgãos e que ocorra um “probleminha” como esse! Faz favor!!! Negligência, incompetência, falta de vergonha é o que esses funcionários públicos brasileiros tem.

Cada vez mais, sinto vergonha de ser “made in Brazil”

jueves, 10 de diciembre de 2009

Indignação



Correspondência encaminhada hoje, por e-mail, ao DETRAN-PR com relação aos serviços prestados pelo DIRETRAN aos cidadãos brasileiros residentes no exterior. Como diria o não menos falastrão Boris Casoy: "Uma vergonha!"


Sra. Soraia Castro.

Coordenadoria de Habilitação

DETRAN - PR


Estimada Soraia.


Sou Roberto Ghidini Júnior. Estive dia 16 de novembro, enquanto em Curitiba, falando consigo por telefone sobre os trâmites da troca da minha CNH, junto à DGT (Dirección General de Tráfico), em Madrid, na Espanha onde resido há 9 anos. Naquele momento nao havia sido enviado para a data da "cita prévia" (27.10.2009) meu prontuário. Alguns dais depois, verificando no site da DGT, pude ver que a situação já estava normalizada.


Hoje, (10.12.2009), fui novamente ao órgão espanhol e qual a minha surpresa (você já me havia comentado isso na ocasião que falamos): O prontuário enviado era um que havia caducado em 2003, ou seja, como se eu não houvesse renovado minha habilitação - sendo que a mesma foi renovada em 23/06/2008 e tem validade até 2013.Naquela ocasião, você também disse que o DETRAN-PR nada pode fazer pois isso é com o DENATRAN (Brasília).


Solicito, que faça chegar ao responsável junto ao DENATRAN, minha reivindicação, pois como eu, outros brasileiros por aqui, ficamos a mercê de que um funcionário preste as informações corretas para que possamos usufruir dos nossos direitos e não me parece justo que as informações sejam passadas equivocadamente como essas. Já basta que tivemos que esperar por dois anos (2007 a 2009) a publicação do convenio e ainda entre o dia 27 de abril e o mês de setembro deste ano para podermos agendar uma cita pois o mesmo DENATRAN, não enviou um modelo informático (certificado de identidade eletrônico), pelo qual os trâmites se fariam efeito.


Em resumo: Estou desapontado uma vez mais com as autoridades brasileiras e como cidadão, exijo que esses prejuízos que me estão sendo causados pela incompetência de funcionários brasileiros seja o mais rapidamente sanado e que seja informado de forma correta sobre a existência e validade de minha CNH à DGT (Dirección General de Tráfico), quando do novo pedido que será em breve interposto.


Sem mais para o momento.


Atenciosamente,

Roberto Ghidini Jr.

lunes, 7 de diciembre de 2009

Agenda 21 - Paraná


Fórum Permanente da Agenda 21 Paraná.


OFÍCIO N. º 150 Curitiba, 07 de dezembro de 2009.


Prezado Roberto,



Em nome da Comissão Organizadora do Seminário Internacional “Experiências de Agendas 21: Os Desafios do Nosso Tempo”, ocorrido nos dias 27, 28 e 29 de novembro do ano em curso, no município de Ponta Grossa-PR, vimos agradecer a sua presença e significativo empenho em estar proferindo palestra, bem como em acompanhar significativamente toda a programação do Evento.

Como estamos pactuando pela Agenda 21 a Vida Sustentável no Planeta Terra, as Comissões do Seminário Internacional estão elaborando os Anais do Evento e para breve todos terão a oportunidade de observar a grandiosidade de conteúdos e conexões advindas das atividades programáticas.

As conexões da Teia da Vida estão formatadas, vamos, pois adentrar ao ano de 2010 com muito entusiasmo e determinação com a vida das atuais e futuras gerações.


Atenciosamente,




Schirle Margaret dos Reis Branco.
Coordenadora das Ações da Agenda 21 Paraná.



Ilmo. Senhor
Roberto Junior Ghidini
Espanha-Madrid

domingo, 6 de diciembre de 2009

AUTOMÓVEL...



Nao sou exatamente um admirador do autor desse texto, mas a definiçao empregada para o "automóvel" está no mínimo muito didática, consistente, realista e até mesmo bastante engraçada...


Automóvel: Quadrúpede da família dos transportes que vive nas grandes cidades e se alimenta de água, óleo, gasolina e eventualmente de algum pedestre. Costuma andar em bandos e pode ser criado em garagens ou ao ar livre em cima das calçadas. Muito vigoroso, sua força equivale à de vários cavalos. Veloz, quando instigado a correr demais, pode perder o controle e atacar indiscriminadamente outros automóveis, casas, postes, árvores e homens. Se nao for provocado convive tranqüilamente com outras espécies. Ao contrário do que ocorre com o rinoceronte - uma raça em extinçao - o automóvel vem reproduzindo com muita rapidez e há suspeitas que no futuro ocupará todos os espaços reservados para o homem.


*NOVAES, Carlos Eduardo (1974) O Caos Nosso de cada dia - Rio de Janeiro, pg 32

sábado, 5 de diciembre de 2009

Devagar e nunca


Poderia perfeitamente ser o lema da burguesia curitibana, que segue como dizia o Lulu Santos “a passos de formiga e sem vontade”...

Depois de haver passado 40 dias na “cidade sorriso” vejo que algumas coisas não mudam nunca mesmo: já diz os representantes do Movimento do Passe Livre (MPL), que por aí, “até pobre e da direita”...

Sou um pouco suspeito em falar sobre tudo, mas em especial, quero deixar minha indignação com o tal Conselho Municipal de Transporte, que foi designado e nomeado pelo prefeito (Beto Richa – que de “fica Beto” não terá nada...) às vésperas da audiência pública do transporte coletivo (e não público), que não cumpre com o requisito legal pois uma vez que somente podem reunir-se quando convocados pelo executivo, e nada mais que reafirmar a decisão já previamente tomada pela autoridade, de nada serve, a não ser existir por formalidades.

Às vezes sinto até mesmo vergonha de haver pertencido à essa juventude curitibana, que nada fez para combater esses abusos e que segue achando Curitiba uma cidade modelo.

Por outra parte, sinto-me bastante satisfeito de haver uns dias antes de ir ao Brasil, ter estado em um Simpósio (Desarrollo, Ciudad y Sostenibilidad 2009 – em La Serena – Chile), onde apresentei o trabalho (selecionado como um dos 36 a apresentarem-se entre 121 trabalhos inscritos) chamado “Aprendiendo una lección de Curitiba. Efectos Perversos de una Política Urbana Orientada al Transporte Público y al Uso del Suelo”, no qual tentamos passar um pouco da realidade das políticas públicas locais e do uso da maquina administrativa em favos de causas e grupos privados.

C’est la vie...