martes, 13 de septiembre de 2011

A memória coletiva (11-S)


Interessante o estudo realizado pelos pesquisadores americanos Daniel Levenson e Myron Sharaf, sobre a conduta dos jovens médicos. O estudo, embora não seja algo universal, ocorre com certa freqüência, em médicos no inicio de sua carreira.

Trata-se de um fenômeno que os pesquisadores denominaram “complexo de pequenos deuses”. Quer dizer, que por medo de serem afetados pelos problemas de sues pacientes, estes profissionais (médicos psiquiatras recém formados), de maneira inconsciente, proclamam-se juízes distantes, traçando uma linha diante de si mesmos e da relação com seus pacientes.

Quer dizer, anulam o intercambio flexível das relações entre eles e àqueles mais próximos, e com isso adquirem certa imunidade à dor causada pelos acontecimentos conflitivos e embaraçosos da relação paciente-médico que de outra maneira poderia desconcentrá-los e que talvez lhes sensibilizasse a ponto de impactar em seus ofícios.

Este mesmo fenômeno se pode observar em outras situações, que de certa maneira ocorrem na relação da memória coletiva dos cidadãos.

Todos sabemos dizer, exatamente o que fizemos no dia 11 de setembro de 2001, mas quase ninguém sabe o que fazia no dia 26 de dezembro de 2006. No primeiro evento, ocorreu o atentado às torres do WTC em NY, onde faleceram quase 3 mil pessoas. O segundo evento, mais recente, na Ilha de Sumatra na Indonésia, um tsunami, igualmente documentado e televisado ao mundo todo, pôs fim à vida de mais de 200 mil pessoas.

Uma explicação comum a esse fato, é que o atentado ao WCT foi uma catástrofe provocada por uma ação humana (ou desumana) não natural e que o tsunami, é algo que se repetirá ainda muitas e muitas vezes...

Um novo holocausto, para mim a explicação tem muito que ver com a questão dos jovens médicos. Creio que iremos ver a intervalos homeopáticos e sempre que haja interesse em criar o medo (contrariamente ao caso dos jovens médicos) a “propaganda” mediática sobre o bem e mal e a inquisição: ¿E você de que lado está?...

Nunca vamos saber ao certo as verdades sobre a guerra do golfo, a guerra do Irak, das centenas de guerras que existem e continuaram existindo, pois elas são fruto do medo dos “jovens médicos” em que as coisas se tornem claras. Não propriamente as guerras, mas sim suas repercussões internas.

O tsunami, as guerras do golfo, etc. são coisas que acontecem nas melhores sociedades, mas o holocausto e o atentado ao WCT foram realmente atrocidades e tenho o dito. Creia quem quiser!

martes, 6 de septiembre de 2011

Mais, mais, mais....



Impressionante e por outro lado algo ontogênico talvez, mas as maiorias dos seres humanos querem sempre mais e mais... Não nos contentamos com ser bastante nem ter bastante e nem mesmo com parecer ser e ter bastante. Queremos mais!

Os milionários querem mais, não lhes basta tudo o que têm. Querem ter dez, cem, mil vezes mais... Os esportistas querem mais (dinheiro, títulos, fama, etc...). Os qualqueres, queremos sempre mais e mais... Até as redes sociais na internet são absurdamente superdimensionadas. Existem os que têm mais de 150 amigos e segundo estudos (Dunbar number) os humanos, temos uma rede de no máximo 150 amigos...

Na contramão de tudo isso lá vou eu...

Contente com o que sou e tenho não quero nada além. Nem mais nem menos. Com isso posso sobreviver, ou melhor, viver e até que bastante bem. Agora comprei um skate longboard – parece que estou me contradizendo pois adquiri algo que não tinha ou seja quis algo mais...hehe –  que será um dos meus passatempos quando estiver no pueblo...

Lá as ruas de pouco movimento e pavimentadas, são um convite à pratica do skate, que já fazem anos deixei de lado e que tenho muita vontade de retornar a praticar... Assim, não necessitarei ir a Aspen nem mesmo à Cortina D’Ampezzo para praticar snowboard... Que evidentemente é outro esporte, mas que me dá igual...

De resto...um pouco menos de stress...acho que me vai melhor que muita coisa...




domingo, 4 de septiembre de 2011

Preparar-se para a terceira idade.



Trabalho convencional já não encontro mais, mesmo tendo um DEA e às portas de concluir um doutorado e trinta anos de profissão como engenheiro civil, com um razoável currículo profissional. Isso, associado ao fato de já ter os filhos (bem) criados e certa independência econômica, pois por nunca haver acreditado nas instituições formais para a dita “aposentadoria”, sempre fomos plantando para poder em um futuro – que agora já é o presente – colher.

Assim, depois de certos insucessos, no final do século passado, como o fracasso total da minha experiência empresarial na área da engenharia com obras públicas, onde os clientes (municípios e estados), sempre pagaram como e quando quiseram, em épocas de inflação de 30% ao mês, o que fez com que nossa pequena empresa que nasceu na semana anterior ao plano Collor (ou seja, com 50 pilas em caixa e sem ativo/passivo algum), sucumbisse aos encargos financeiros e à falta de escrúpulos desses mandatários da República, além da conclusão dos estudos acadêmicos dos filhos já no início dos anos 2000, fez com que mudássemos para a Europa.

Aqui, desde 2001, com um retorno temporário entre 2003 e 2004 ao Brasil, estamos nos preparando para a terceira idade. Porque aqui? Ora aqui é um lugar de velhos e nada como ser velho em um lugar de velhos...

Agora, compramos uma “casita en el pueblo para onde logo mais, sem dúvida iremos nos mudar. Isso irá facilitar em muito nossas futuras aventuras – sejam viagens de turismo, de visitas familiares o mesmo até de trabalho –  pois também deixaremos de lado o caro aluguel que pagamos por morar em Madrid (terceira maior metrópole da Europa ocidental), além de que poderemos desfrutar de um entorno mais saudável, uma vez que no “pueblo” (Villar del Infantado – Cuenca), tem muitos atrativos naturais como rios, estanques, montanhas, trilhas e caminhos para serem explorados. Tem também um silêncio e uma paz, além de uma luz natural e uma fonte de água mineral, entre outras qualidades.

Esperar os netos, sem muita ansiedade, mas um pouco desconectado da atribulada vida da cidade grande. Seguir estudando, mas também de forma autodidata. Conhecer novidades locais do clima e da natureza. Poder dispor de muito tempo livre para viajar, além de estar em um país de velhos, são metas que estamos atingindo depois de haver trabalhado duro e dedicado a juventude a um futuro que agora está cada vez mais próximo...