miércoles, 19 de mayo de 2010

Planejamento Urbano


Em geral, o surgimento da urbe industrial (metade do século XIX) - caracterizada pelo caos espacial, o impacto ambiental e o conflito social - obrigou a iniciar um sistema corretivo e regulador que ajudasse a organizar espacialmente e a reestruturar socialmente as cidades.


Assim surgiu o urbanismo moderno, que em princípio, centrou-se em articular de forma coerente as técnicas urbanísticas já existentes e que posteriormente criou novos processos de planejamento e instrumentos de controle.


A partir das décadas de 1920 e 1930, nos Estados Unidos e na Europa, aparecem os principais planos reguladores de cidades, mais tarde conhecidos como ‘planos de urbanismo. Seus objetivos principais eram os de organizar e ordenar espacialmente o desenvolvimento urbano para evitar disfunções e impactos ambientais (* como bem cita Navolar J.D. em seu comentário deste artigo, nesta época ocorreram os CIAM's). A parte disso, esses primeiros planos, caracterizou-se por privilegiar os interesses gerais da comunidade sobre os interesses da propriedade privada.


Depois da II Guerra Mundial, as necessidades de reconstrução e a superação da traumática recessão econômica dos anos 30, impulsionaram um prolongado período de desenvolvimento sustentável. Foi o grande momento do planejamento e dos grandes planos, quando o planificador, desfrutava de um amplo reconhecimento social e se sentia seguro de suas técnicas.


Na década de 1960, ocorreu nos países mais desenvolvidos profundas transformações econômicas e sócio-demográficas que aceleraram uma mudança urbana e que uma vez mais, transbordaram o sistema clássico de planejamento.


Esta crise foi conjunção de vários fatores: Um forte crescimento demográfico, um elevado desenvolvimento econômico, a utilização massiva do automóvel particular e um extenso processo de suburbanização. Tudo isso, gerou no início dos anos 70, coincidindo com a profunda recessão econômica internacional, em uma forte desconfiança aos “experts” urbanos pela sua incapacidade de abordar e resolver os problemas urbanos.


As cidades continuaram crescendo com descabido dinamismo. Ao final do século XX, a nova ordem econômica globalizadora e os comportamentos sociais, embasados no consumo, provocaram uma transformação urbana sem precedentes, tanto nos países ricos como nos subdesenvolvidos.


Observa-se, uma crescente ocupação do território, por uma densa malha de rodovias de alta capacidade, o desenvolvimento de conjuntos residenciais e produtivos nas periferias urbanas um maior distanciamento do binômio residência-trabalho e a aparição de centros comerciais e de laser baseados no automóvel. Em suma, um padrão que demanda e consome crescentes espaços per capita para a urbanização.


Assim, hoje em dia, predicar sobre a necessidade de proteger o meio natural, criticar a cidade difusa (esparramada), frente ao modelo da cidade compacta, recuperar e conservar os centros das cidades como lugar de trabalho e residência, promover sistemas de transporte público frente ao abuso do veículo particular e fomentar e mesclar usos compatíveis nos centros urbanos para garantir sua vitalidade e diversidade, tornou-se pratica comum entre os urbanistas.

2 comentarios:

  1. Roberto

    A descentralização pela indução e/ou transferência de atividades é um recurso possível no Brasil.
    Um grande programa de transferência das capitais para o interior seria, em muitos estados brasileiros, a maneira de se conter o crescimento absurdo de nossas cidades.
    A migração do campo para as capitais não foi precedida de um plano de reeducação.
    Com as novas teses em torno da sustentabilidade temos a oportunidade de construir um Brasil melhor, gerando empregos, com recursos privados, inibindo o crescimento das capitais, levando o Governo para o interior, criando oportunidade de revelação de talentos em urbanismo, arquitetura, engenharia, sociologia etc.
    Roberto, parabéns pelo seu trabalho.


    Cascaes
    20.5.2010

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  2. Beto,
    Não esqueça de sitar os CIAMs.
    jeferson

    Fundados em 1928 na Suíça, os CIAM foram responsáveis pela definição daquilo que costuma ser chamado international style: introduziram e ajudaram a difundir uma arquitetura considerada limpa, sintética, funcional e racional. Os CIAM consideravam a arquitetura e urbanismo como um potencial instrumento político e econômico, o qual deveria ser usado pelo poder público como forma de promover o progresso social.
    Conferências realizadas
    1928, CIAM I (La Sarraz, Suíça). Fundação dos CIAM
    1929, CIAM II (Frankfurt, Alemanha). Unidade mínima de habitação (Existenzminimum)
    1930, CIAM III (Bruxelas, Bélgica). Desenvolvimento racional do lote (Rational Lot Development)
    1933, CIAM IV (Atenas, Grécia). Publicação da Carta de Atenas; A Cidade funcional (The Functional City)
    1937, CIAM V (Paris, França). Moradia e recreação (Dwelling and Recreation)
    1947, CIAM VI (Bridgwater, Inglaterra). Reafirmação dos objetivos dos CIAM. Nossas cidades podem sobreviver? (Can Our Cities Survive?); e a Nova Monumentalidade.
    1949, CIAM VII (Bérgamo, Itália). Sobre a cultura arquitetônica (Concerning Architectural Culture)
    1951, CIAM VIII (Hoddesdon, Inglaterra). O Coração da cidade (The Heart of the City)
    1953, CIAM IX (Aix-en-Provence, França). A Carta da habitação (The Charter of Habitat)
    1956, CIAM X (Dubrovnik, Iugoslávia). Surgimento do Team 10.

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