Pois olhem, eu não me arrependo de quase nada que fiz nessa vida, que já leva mais de meio século. Não me arrependo de ter feito a maioria das coisas. Penso que talvez possa arrepender-me de não ter feito algumas, como por exemplo, o doutorado no IPEN-USP em 1982/3 e logo ter vindo para Zurich onde seguiria a conclusão dos estudos.
Digo me arrependo, não mesmo pela carreira, já que seria um “engenheiro nuclear” e trabalharia com essas coisas de partículas, energia atômica, etc... uma vez que hoje depois de ter atuado em tantos outros campos, me sinto muito contente e parece que me encontrei no lugar certo, com o urbanismo e a mobilidade, mas sim pelo fato de que teria criado os filhos em um entorno mais interessante. Uma porta que se abriu pela qual nao fui em frente...
Ai então vem à questão do arrependimento pelas coisas feitas e já que nascer, não depende da nossa pessoa, então o lugar do nascimento não vale, mas a coisa que eu realmente me arrependo até o último fio de cabelo é ter aberto uma empresa no Brasil. Uma não, na verdade abri duas, sendo que uma delas o Skina Bar, até que rolou. Foi inicialmente com meu cunhado e depois com a minha mulher como sócio e pela atividade e porte da empresa, quando resolvemos “cerrar” a atividade, não foi nenhum bicho. Uns anos de “papeleos” e pagos “y fuera”.
A outra, uma empresa de engenharia, nascida dia 8 de março de 1990 a uns dias da posse do Collor e da apropriação indébita das contas bancárias e de tudo o que isso comprometeu. A parte nos dedicamos a execução de obras públicas que implicou na arrogância dos órgãos fiscalizadores e da falta de escrúpulos dos mesmos quanto a pagamentos em dia e que num momento de inflação de 40% ao mês, redundou sempre ou quase sempre em grandes prejuízos.
Além disso, por oscilações da demanda de trabalho, sempre tivemos uma rotação alta no quadro de trabalhadores, o que gerou intrinsecamente uma enorme demanda de reclamações trabalhistas e conseqüentes ônus para a empresa em custas processuais, advogados, e na maioria das vezes condenas por reclamações descabidas.
Em 2000, deixamos de exercer atividades, tanto técnicas (projetos) como executivas (obras) e até hoje temos dívidas com a união, o estado, o município, fornecedores, o jornaleiro da esquina, etc... e a empresa ainda aberta – porém já falecida!!!
Em 1999, já com a empresa “fudida” e com a decisão pessoal de parar com tudo, pessoalmente iniciei o plano de desplugar-me de tudo e virmos embora do Brasil. Em 2001, após dois anos de diária labuta desconectando todos os elos de uma cadeia que se constrói ao longo de uma vida de relações de amizade e trabalho, bem como de compromissos partimos para a Europa.
Hoje, oito anos passaram-se e cada vez que me lembro da possibilidade que deixei passar em 82 de ter vindo vinte anos antes e nunca ter aberto uma única empresa e ter deixado o país para trás e ter apenas ouvido falar no Collor, no FHC e no Lula, mas nunca ter sofrido na mão dessa gente, isso sim me arrependo.
Digo me arrependo, não mesmo pela carreira, já que seria um “engenheiro nuclear” e trabalharia com essas coisas de partículas, energia atômica, etc... uma vez que hoje depois de ter atuado em tantos outros campos, me sinto muito contente e parece que me encontrei no lugar certo, com o urbanismo e a mobilidade, mas sim pelo fato de que teria criado os filhos em um entorno mais interessante. Uma porta que se abriu pela qual nao fui em frente...
Ai então vem à questão do arrependimento pelas coisas feitas e já que nascer, não depende da nossa pessoa, então o lugar do nascimento não vale, mas a coisa que eu realmente me arrependo até o último fio de cabelo é ter aberto uma empresa no Brasil. Uma não, na verdade abri duas, sendo que uma delas o Skina Bar, até que rolou. Foi inicialmente com meu cunhado e depois com a minha mulher como sócio e pela atividade e porte da empresa, quando resolvemos “cerrar” a atividade, não foi nenhum bicho. Uns anos de “papeleos” e pagos “y fuera”.
A outra, uma empresa de engenharia, nascida dia 8 de março de 1990 a uns dias da posse do Collor e da apropriação indébita das contas bancárias e de tudo o que isso comprometeu. A parte nos dedicamos a execução de obras públicas que implicou na arrogância dos órgãos fiscalizadores e da falta de escrúpulos dos mesmos quanto a pagamentos em dia e que num momento de inflação de 40% ao mês, redundou sempre ou quase sempre em grandes prejuízos.
Além disso, por oscilações da demanda de trabalho, sempre tivemos uma rotação alta no quadro de trabalhadores, o que gerou intrinsecamente uma enorme demanda de reclamações trabalhistas e conseqüentes ônus para a empresa em custas processuais, advogados, e na maioria das vezes condenas por reclamações descabidas.
Em 2000, deixamos de exercer atividades, tanto técnicas (projetos) como executivas (obras) e até hoje temos dívidas com a união, o estado, o município, fornecedores, o jornaleiro da esquina, etc... e a empresa ainda aberta – porém já falecida!!!
Em 1999, já com a empresa “fudida” e com a decisão pessoal de parar com tudo, pessoalmente iniciei o plano de desplugar-me de tudo e virmos embora do Brasil. Em 2001, após dois anos de diária labuta desconectando todos os elos de uma cadeia que se constrói ao longo de uma vida de relações de amizade e trabalho, bem como de compromissos partimos para a Europa.
Hoje, oito anos passaram-se e cada vez que me lembro da possibilidade que deixei passar em 82 de ter vindo vinte anos antes e nunca ter aberto uma única empresa e ter deixado o país para trás e ter apenas ouvido falar no Collor, no FHC e no Lula, mas nunca ter sofrido na mão dessa gente, isso sim me arrependo.
Regrets, Ive had a few;
ResponderEliminarBut then again, too few to mention.
I did what I had to do
And saw it through without exemption.
...e segue o Frank, o Sinatra e não o Maderna Leite, que é como o Benjamin, o Franklin.
Nada de arrependimentos mas que ser empresário no Brasil e ainda mais ter qualquer ligação com o poder público é dar-se diploma de otário.
Não penso no arrependimento mas sinto o ódio de ter acreditado na lisura das coisas.