O desenho das cidades deve ser resultado do planejamento urbano e estar diretamente relacionado com a mobilidade de pessoas e mercadorias que nela se desenvolvem. Não serão iguais os deslocamentos de pessoas e mercadorias nas cidades onde os centros de trabalho de laser e estudos estão concentrados y com alta densidade àqueles núcleos urbanos onde os usos estão mais distanciados, fragmentados e com menores densidades.
No primeiro caso, as necessidades de mobilidade podem ser perfeitamente satisfeitas por um transporte público eficiente e por contínuos deslocamentos a pé ou em bicicleta. Pelo contrário, no segundo caso, as cidades dispersas deram lugar a um modelo de mobilidade caracterizado pelo uso excessivo do veículo privado – às vezes por necessidade, já que não há transporte substitutivo – ou bem por comodidade, já que a primeira variável é o tempo empregado nos deslocamentos.
O abuso no uso do carro próprio, leva consigo uma série de impactos à coletividade. Estes impactos são, em sua maioria, custos que a sociedade deve absorver (congestionamentos, poluição, ocupação do solo público, entre outros) e que por tanto deveriam ser considerados e avaliados.
Para poder levar a cabo os PMUS (Planos de Mobilidade Urbana Sustentável), que potencializam a implantação de modos de transporte alternativos como a bicicleta, o caminhar e o transporte público em geral – muito mais adequados à manutenção da qualidade ambiental – são necessárias a coordenação de aspectos técnicos e financeiros e a atitude dos cidadãos, para o uso de modos de transporte mais sustentáveis.
No aspecto técnico, se deve buscar uma adequada combinação entre uso de solo e mobilidade, enfocando o desenvolvimento das cidades, melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e que contribua à conservação do meio ambiente. Isto quer dizer sustentável.
Em Curitiba, o Plano Diretor, desde 1966, pactua o uso de solo com o transporte público, mas por haver criado eixos de adensamento, promoveu na verdade o crescimento de cidades lineares, que tendem a se prolongarem indefinidamente e não fazem com que exista o aumento da densidade em suas vizinhanças.
Neste momento, que se discute o projeto do metrô e a atual situação do transporte público (ou melhor, coletivo) talvez, seja mais oportuno e produtivo, discutirmos o modelo de crescimento e a forma urbana – ou seja o urbanismo de Curitiba – do que o modal ou a situação atual do transporte urbano.
Reverter o processo e criar uma cidade mais densa em toda sua área urbana. Limitar o crescimento da periferia, impondo restrições e criando zonas “não urbanizáveis”, me parece o começo...que tal?....
A cidade de Curitiba está na nascente do Rio Iguaçu (ou para ser mais exato, próxima), dentro da "Mata Atlântica", sobre a camada superior da borda do aquífero Guarani e suficientemente próxima do mar para ter belos cones convectivos se crescer mais. Ou seja, devemos estimular o desenvolvimento de cidades no interior do estado e, como diz, encontrar outro padrão de urbanização.
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