sábado, 17 de abril de 2010

Paradigma de Illich


Sempre temos que ter em mente “porque nos movermos?” Isso é uma decisão. Movemo-nos basicamente para as atividades que fazemos fora do nosso lar ou morada. Assim, nos dias de hoje, um dos principais motivos por que nos movemos é para irmos ao nosso trabalho. Isso é uma conseqüência da revolução industrial e dos mecanismos econômicos da produção industrial desenvolvidos durante a segunda metade do século XIX e ativados ao longo do século XX. Nesse período, a mobilidade que passou a utilizar os motores a explosão e o veículo privado, que funcionam predominantemente à base de derivados de combustíveis fósseis como o petróleo Brent, por exemplo, começou uma escalada logarítmica do aumento do número de veículos.
Não deveríamos por tanto consumir mais energia para nos movermos ao trabalho, do que aquela que o nosso trabalho, nos é capaz de devolver, seja diretamente em energia, ou em metálicos, com os quais possamos adquirir “energia” que igual, poderá ser direta ou indiretamente.
Ivan Illich: “Diga-me a que velocidade se move e te direi quem és? Se não pode contar com seus próprios pés para se locomover, é um marginal, porque o veículo se converteu em símbolo da segmentação social e em condição para a participação da vida social. Ao conseguir propiciar aos motoristas a quebra de uma nova barreira de velocidade a indústria do transporte está patrocinando, inevitavelmente, novos privilégios para uma minoria e agonia para a maioria...”, são evidencias que o paradigma da equidade se rompeu – O homem forte é aquele que se move mais rapidamente pelo planeta...

1 comentario:

  1. OI Ghidini
    Recebo seus emails quase todo dia, e acompanho o FOMUS. Me mantenho quase sempre quieto, observando. Quando o assunto é Illich e sua sempre afiada mente, me manifesto. O Illich que escreveu o parágrafo acima, e que deu suas razões no "The rivers North to Future" é aquele que nos fazia lembrar sobre a liberdade que só é possível ao ser humano mediante o resgate da escala humana. Tornada possível por meio da re-celebração dos limites, da renúncia e do sagrado. Hora dessas te mando minha tese sobre ele e a educação. Uma coisa boa de resgatar para entender o meio urbano e suas loucuras seria Ellul em The meaning of the city, pode dar um diálogo interessante. De omnibus dubitandum, (semper) Claudio

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