jueves, 29 de abril de 2010

10 dias 4 mil Kms.







Foi o tempo e a distância que percorremos Joyce e eu, numa viagem que acabamos de fazer pela Espanha, França e Itália. Teve um caráter "eno-gastronômico" além de turístico. Desfrutamos de pratos típicos de cada um dos lugares em que estivemos sempre acompanhados de um vinho da região.

A viagem, por suas características, talvez só pudesse ser feita de carro e foi assim que fizemos. Traçamos uma rota inicial, que “sobre la marcha” foi sofrendo alguns pequenos ajustes.

Tínhamos também o objetivo de encontrar com o Beto e a Laís (filho e nora) em Milano, aonde eles chegariam à noite do dia 22 de abril e ainda talvez, seguir com eles até Venezia, se acaso fosse de comum interesse a todos, que acabou não ocorrendo: eles seguiram de trem e nossa viagem a partir da capital Lombarda, prosseguiu a Genova.

Saímos de Madrid no dia 19 (segunda-feira) pela manhã e seguimos em direção à Soria, logo a Pamplona e San Sebastian, onde cruzamos a fronteira da Espanha. A primeira noite pernoitamos em Bayone, pertinho de Biarritz. O jantar foi uma espécie de tortillha com frutos do mar com um vinho rose.
Beziers - França

O segundo dia seguimos por uma estrada nacional (não por auto-estrada), até Beziers, que fica a poucos quilômetros, do mar, tendo passado por Pau, Tarbes, Touluse e Mazamet. Havíamos partido do golfo de Biscaia no Atlântico e costeado pelo lado frances os Pirineus até chegarmos ao Mediterrâneo. Dormimos nesta encantadora cidadezinha francesa. Havíamos almoçado em Touluse um suculento “bouef a la plancha” assim que no jantar, foi apenas uma pizza marguerita com um bom vinho provençal.

No terceiro dia, a viagem seguiu por Nîmes, onde fomos buscar algumas informações sobre tauromaquia – no museu taurino local – e passeamos boa parte da manhã, seguindo a Valence e Grenoble, onde observamos o sistema de transporte local (tramways) e os Alpes logo ao fundo da cidade. Seguindo pelas A41/A43 cruzando os Alpes pelo túnel de Fréjus que liga com o Vale da Aosta e o Piemonte na Itália, até chegarmos a Rivoli, muito próximo a Torino, onde dormimos a terceira noite.

De Rivoli, fomos no dia seguinte a Torino, onde passamos a manha toda. Cidade grande e de grande poder econômico (sede da FIAT) e onde situa-se “La Antonelliana” que é um marco de referencia da cidade. Da capital piemontesa fomos à pequena Cortemaggiore, situada já na Emilia Romagna, na província de Piacenza, onde vive Maria Luiza, minha irmã, meu sobrinho Nicoló e Mauro o cunhado. Ali passamos a noite e jantamos na casa dela um taglarin a Puttanesca, com Guturnio antes tendo saboreado a culattelo e panceta. Todos muito regionais.

Dia seguinte (23), pela manha, fomos com destino a Milano e com o objetivo de encontrar o casal (Beto e Lala). Deixamos o “Gorka” nosso Citroën – C1, no estacionamento da Estação do Metrô de San Donato e seguimos até a parada de Sondrio, na esquina da Via Tonale, onde ficam os hotéis Demo onde eles estavam hospedados já desde a noite anterior e Albert onde nós havíamos feito reserva – aliás o único hotel que fizemos reserva em toda viagem. Passamos o dia juntos, passeando pelos locais turísticos da cidade (Duomo, galeria Vitorio Emanuelle, teatro alla Scalla, etc...). Acabamos indo a uma curiosa exposição de fotografias da juventude (1945-1950) do diretor de cinema Stanley Kubrick. Almoçamos juntos, numa tratoria, com todo o cerimonial italiano de comer... Eles haviam decidido já no inicio do dia comprar passagens de trem para seguir a Venezia, assim que do hotel, que ficava bem próximo a estação Milano Centrale, passamos para comprar os bilhetes.

À noite, o cansaço de todos era grande e nos recolhemos cedo. Antes porém, o Beto e eu, fomos a um bar tomar umas cervejas e conversar um pouco...

Dia seguinte, umas fotos na frente do nosso hotel e pegamos o metrô. Linha 3 com destino a San Donato. Eles baixaram na estação do Duomo onde iriam fazer uma correspondência com outra linha e seguir o passeio até o meio-dia, quando deixariam o hotel e pegariam o trem para Venezia. Nós, ao carro e pela tangenciale ovest, até a A-7, que liga Milano a Genova, seguimos viagem.

Em Genova, passeamos pelo Porto Vecchio e pelo centro histórico almoçamos umas focaccias na rua e seguimos viagem no litoral da Ligúria, depois pela A-10, até a encantadora cidade de Imperia, já bem próximo à divisa com a França e logo com Mônaco. Ali encontramos um hotel do tipo das nossas pousadas, que era uma casa térrea, com alguns quartos e tinha uma sala de estar com mesas para o café da manha.

Saímos para jantar seguindo a indicação da dona do hotel no restaurante Piazzetta, na Piazza Marconi a poucos metros do hotel. Saboreamos um delicioso spaghetti al frutti di mare, acompanhado de um pão feito ali mesmo e de um vinho monferrato e de contorno uma insalatta mista. Jantar divino!

O sétimo dia de viagem – o domingo 25 – chegamos ao principado de Mônaco, onde por ser domingo, conseguimos estacionar o carro em uma rua central. Era ainda cedo e as ruas estavam ainda um pouco vazias... Passeamos pela zona onde ocorre o mítico “Gran-Prix” – cuja montagem da parafernália toda (guard-raills, iluminação, boxes, e equipamentos de televisão e transmissão) já estava bastante adiantada – e pudemos apreciar bem a imponência local.
Côte d'Azur

Almoçamos em uma tratoria italiana, nada mais que uma pizza al funghi e uma insalatta italiana. Estava muito bom... Seguimos viagem em direção a Nice, e Cannes, pelo litoral, fora da auto-estrada, pois a paisagem litorânea da Côte d’Azur, é algo que merece la pena ser apreciada. Passado Cannes, tomamos a auto-estrada e fomos até Aix-en-Provence, onde dormimos. Terra natal do pintor Paul Cézane, a cidade é muito bonita.

Saímos de Provence, ainda pela manhã da segunda-feira e seguimos por auto-estrada até Perpignan, na divisa com a Espanha novamente, tendo passado por Montpellier e Narbonne. Ao cruzarmos para Espanha, fomos a Roses, uma praia milenar do litoral catalán, que pelo calor, já estava repleta de gente. Ali, decidimos ir passar a noite em Pineda de Mar, no Maresme, onde moramos por dois anos em 2001 e 2002. Seguimos até lá e nos hospedamos no Hotel Stella & Spa. Estávamos cansados pela sequencia da viagem sem para nenhum dia sequer. Decidimos então passar duas noites ali.

Na manha de terça-feira – nono dia de viagem – fomos a Barcelona de trem, e passamos o dia caminhando pela Rambla. Detivemos-nos na “Boqueria”, onde petiscamos umas coisas e tomamos unas cañitas. Foi um dia de descanso... pela noite no hotel, jantamos e fomos cedo dormir. Dia seguinte, seria o ataque de volta a Madrid.

La Boqueria

10º dia, cedo, saímos do hotel, passamos para ver nossos ex-senhoris, Jaume Pombo e Paquita, que não haviam chegado à farmácia na Plaça Mellies. Esperamos um pouco, aproveitamos para ir ao supermercado ao lado para fazer umas comprinhas para a viagem e por fim chegaram. Queriam que ficássemos para jantarmos com eles...mas não foi o que fizemos: Seguimos viagem. No pricípio, seguimos pela Nacional II, até Al Masnou, para ver mais uma vez as praias, que costumávamos ir e que já havíamos visto no dia anterior quando de trem fomos a Barcelona: Calella, San Pol, Cannet de Mar, Arenys, Caldes d’Estrac, Sant Andreu de Llavaners... até Al Masnou... pegamos então a B-20 e contornamos a “cidade condal” pela Ronda de Dalt e fomos em frente, deixando o Maresme para traz.

Quando se aproximou a hora do almoço, ainda na catalunya, decidimos sair da auto-estrada e buscar um “pueblo” para comer algo e em Alió, encontramos um restaurante que servia uma calçotada. Paramos e nos deliciamos deste típico prato dos pueblos rurais. Novamente tomamos a AP-2 e seguimos até Zaragoza, e Madrid.

Foram dez intensos dias, com 4 mil quilômetros percorridos, que dificilmente iremos esquecer...

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