miércoles, 12 de septiembre de 2012

Os urubus entre os girassóis


Ontem participei de uma Jornada organizada pelo Club de Roma, com a participaçao do Ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente (MAGRAMA) e a colaboraçao do Observatorio de la Sostenibilidad en España (OSE). O tema era “Río+20 y el Desarrollo Humano”, onde se apresentava um painel do visto e não visto e das repercussões havidas neste encontro internacional.

Ficou evidenciado o fracasso das instituições na tentativa de estabelecer critérios e marcos reguladores para as questões ligadas ao Meio ambiente e as repercussões sociais e econômicas produzidas pelos países ricos e tacitamente absorvidas pelos países pobres. Ficou patente a máxima do Chico Science que “o de cima sobe e o debaixo desce”... Fala-se muito em geração de empregos verdes e na economia verde, mas não se levanta a questão do “greenwashing” em momento algum.

Temos alguns paradigmas, que são o incremento do consumo energético percapita e o incremento da população urbana, que, por conseguinte, levam ao aumento da “huella ecológica” e da geração dos gases de efeito estufa (GEE’s) entre outros que acarretam nos problemas que se estão verificando como o aumento da temperatura global, o aumento do nível dos mares e a diminuição da superfície gelada no planeta.

As cidades já não produzem mais nada quase do que consomem e o campo tem visto diminuída sua população. Existe um atrativo nas cidades que é o consumo. Ninguém mais quer lavrar a terra e plantar seus tomates ou cuidar de suas galinhas, mas todos queremos tomar coca-cola gelada e passear em um carrão bacana, preferencialmente de mais de 200 HP’s de potencia – quando bastariam 20 ou 30 – alem de ter um i-phone e vestir dependendo do seu estilo pessoal ou sexo a Calvin Klein ou Hugo Boss ou ter uma bolsa Luis Vuiton ou uma sandália Laboutin por exemplo...

Quem sabe o trio industria automobilística, construtores (de estradas) e petroleiras, sejam o extremo deturpador das sociedades, que manipuladas pela ideologia dominante, já não mais conseguem se reorganizar e fazer com que os governos atuem de forma democrática – de baixo para cima ou das bases para a cúpula governamental. Estes querem e introduzem nas sociedades o pensamento cartesiano, que vê no planeta um infinito de possibilidades e não o esgotamento de recursos jamais.

Seguem, esses governos sendo tão inócuos às vezes e contraditórios em outras ocasiões, que não conseguem mais discernir a realidade. Apostam por geração de emprego, mas facilitam a automação e a robotização. Propõe a eficiência energética e a renovaçao de equipamentos domésticos, automóveis, etc., mas não vêem que a produção de novos produtos implica em processos industriais que demandam muitas vezes elevados consumos energéticos, quando na verdade deveriam desestimular o consumo e propor a redução da demanda individual, sempre crescentes na atualidade.

O trabalho formal está condenado ao fim. Os sistemas de previdência social, criados através dos fundos de contribuição dos trabalhadores para fazer frente às aposentadorias daqueles que houvessem chegado a um idade ou a um certo período de cotização, já não são mais instrumentos validos para a sociedade atual e futura, que terão que se reinventarem para um dia poderem deixar os afazeres diários e terem tempo para si mesmos e poderem descansar um pouco em suas velhices.

Na jornada, foi apresentado por Dª Teresa Mª Mendizábal, VP do Club de Roma – Capitulo Español, uma sinopse do livro “2052 a Global Forecast – to the Next Forty Years” que é a formatação de cenários críticos sobre as questões principais orientadas segundo 5 eixos temáticos e na verdade são simulações e modelações de algumas variáveis.

A mensagem poderíamos talvez sintetizar no que nos diz Carlos Joy no contexto do livro que talvez na segunda metade do século XXI,  identificaremos o termo Sustentabilidade como sendo Sobrevivência e que teremos que ver o futuro, como um mundo que pode não ser tão belo quanto o que desejássemos, nem tão bonito como o atual, mas que poderia vir a ser um mundo mais sociável talvez...

...E enquanto isso, os urubus passeiam entre os girassóis...









1 comentario:

  1. E o difícil é caminhar pela "última fronteira da Ásia", Myanmar, que se liberta de 50 anos de isolamento e embargos econômicos para uma corrida insana de investidores do mundo inteiro, querendo salvá-los do "atraso". Em poucos anos, serão mais 45 milhões de pessoas tomando coca-cola e consumindo combustível fóssil, sendo jogados para a periferia das cidades e querendo, e obrigando-se, a comportar-se como as fotografias dos outdoors, vindas do "mundo civilizado", 'a um preço que tarde demais vão descobrir que jamais será pago. Qual é a mais saudável "escravidão"?
    Neste ano estive 3 vezes em Myanmar e já é patente as alterações na paisagem urbana, nas necessidades criadas e na correria em busca da "felicidade". É uma pena...

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