jueves, 16 de junio de 2011

Tolerância, inseticidas e banqueiros...


Decidir entre o inseto e o inseticida é difícil.

Decidir é sempre difícil. Sou do tipo que não gosto de decidir. E se pudesse decidir sobre tudo, e o fizesse, seguramente seriam decisões muitas vezes xenófobas e antipáticas ao conjunto dos “atuais seres humanos” tolerantes até mesmo com várias coisas que eu nem sequer cogito tolerar.

Es decir: Me parece que estamos cada vez mais entregues a um poder de manipulação da idéia, de que o mundo mudou e que teremos que mudar com ele.

Não sou revolucionário. Se o fosse, não faria revolução com palavras, essas, o tempo esconde o vento espalha... Faria com bombas, como tem que ser. Os alvos seriam os banqueiros. Teria que ser algo maior que a tirania do holocausto – afinal são os mesmos. – Hombre... já estou eu com minha xenofobia manifestando-se...

Uma vez W. Shakespeare disse que está tão fora do contexto o mais atrasado dos homens bem como o mais adiantado deles. Parece que me coloco duplamente em esse dois mundos. Existem coisas, que se discutem hoje que já as tenho a muito resolvidas e outras que já se superaram ao debate e que para mim seguem como insolúveis.

A incerteza[1] em predizer ao futuro, que norteia nossa razão humana atual, pode ser uma derivada segunda talvez de algo em um ambiente turbulento e muito variável e se torna muito boa a frase de Paul Valéry: “O futuro já não é o que parecia ser”. O grau de dificuldade para prever o futuro depende muito do tipo de situação de partida em que nos encontramos... Prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo parece-me mais apropriado para entendermos a incerteza, embora eu seja intolerante!


[1] Posteriormente, a aceitação das teorias científicas (em particular a teorias da gravidade - Newton), levou o marques de Laplace a argumentar nos princípios do século XIX que o universo era completamente determinista. Ele chegou a imaginar que as leis da física governavam todos os fenômenos inclusive o comportamento humano.

Em 1926, o cientista alemão Werner Heisenberg formulou o “princípio da incerteza” que marcou o final da era determinista de Laplace. Apartir daí surgiu a mecânica quântica, baseada no princípio da incerteza, que quer dizer para cada observação se predizia um certo número de resultados possíveis e se fixavam as probabilidades de ocorrência de cada um deles. Nesta teoria se fundamentam quase todas as ciências e as tecnologias contemporâneas.

1 comentario:

  1. Roberto, o "admiravelmente intolerante". A criação e a inovação vem da reação ao conformismo. Dar novo uso 'as coisas existentes ou mudar o curso dos rios é não tolerar que a vida seja, apenas, levada pelo vento, esse vento formado pela rotação da Terra, que marca o suceder dos períodos, como se tivessemos que apenas ficar esperando o tempo passar. Revolucionário talvez não, intolerante certamente.

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