lunes, 30 de mayo de 2011

Entrevista para Gabriel Azevedo - Gazeta do Povo (2)


Olá Ghidini, tudo bem?

Estou produzindo uma matéria sobre calçadões. Na sua opinião, cabem mais calçadões em Curitiba? Porque depois da XV de novembro, não saiu nenhum?
Qual a importância deste espaço (calçadão) para cidade?



Parece-nos necessário o reconhecimento, que a mobilidade é um dos principais focos dos problemas ambientais das cidades (perda dos espaços livres ao se converterem em estacionamentos, contaminação atmosférica, ruído, tensão urbana, etc.). Os planos urbanos deverão passar por restabelecer o equilíbrio entre os distintos meios de transporte, favorecendo o público frente ao privado e – sobretudo – reduzir na medida do possível o nível e as repercussões do uso do automóvel no interior das cidades. Neste sentido e assumindo que a bicicleta é o veículo ecologicamente correto, deve-se ter em conta a incorporação prévia, deste modo de transporte nas estratégias globais de mobilidade.

Os pedestres devem ser reconhecidos em programas, planos e estratégias como os principais usuários das vias das cidades. Sem eles se perde o verdadeiro valor cenográfico da cidade e em conseqüência, a própria imagem da mesma. As políticas públicas devem consistir, mais que na criação de “reservas protegidas” (calçadões), na eliminação da grande quantidade de obstáculos surgidos pela própria ordenação do tráfego motorizado e na melhoria da qualidade das calçadas, compatível com a necessidade do deslocamento acessível a todos.

Os calçadões, portanto, em um contexto geral, devem ser vias interessantes para os percursos a pé, conectando pontos de interesse e que em muitos casos possam (ou até mesmo devam) ser articulados com o transporte público e com ciclovias. Neste caso, penso que sim que poderia haver outras vias reservadas a pedestres. Poderia estender o calçadão da R. XV, ao longo da Rua Comendador Araújo até a R. cel. Dulcídio e também algumas outras transversais sobre tudo na área próxima à praça Ozório, por exemplo. Outros eixos também poderiam ser "peatonalizados", interligando as principais praças do centro (Carlos Gomes, Ruy Barbosa, Tiradentes, Santos Andrade...) que além de praças são terminais de transporte público...isso deveria ser objeto de estudos de demandas de tráfego "peatonal" (Origem/Destino, incidências, motivos, etc...) para determinar os trajetos e as ruas a serem "transformadas".

Nos bairros, também poderiam existir seus "calçadões" e os estudos das demandas teriam que igualmente serem feitos, mas sempre tendo em conta um contexto mais amplo do que o de uma "reserva protegida" e sim conceituados dentro de um plano de mobilidade urbana, onde o "peatón" (pedestre) é o principal elemento na escala hierárquica deste plano.

Espero que tenha contribuído com sua pesquisa e sugiro que outros companheiros do FoMUS também aportem suas contribuições à matéria.

abrazos,

rg

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