Ontem, sete de março, há 30 anos (1982) foi a minha formatura como engenheiro civil.
Éramos jovens engenheiros entrando em um mercado de trabalho bastante obscuro. O Brasil vivia o fim da ditadura militar e o início da transição à democracia, mas ao mesmo tempo uma situação econômica das mais drásticas.
Passado este tempo todo, creio que foi muito positivo todo o aprendizado acadêmico, mas ao mesmo tempo, posso afirmar que a vida em si nos ensina mais sempre que as equações diferenciais e as integrais que a matemática nos faz compreender.
Como profissionais, por este tempo todo, já não temos também mais desejos disso ou daquilo. Fui funcionário público por 10 anos e inconformado com a submissão destes aos políticos eleitos para aceder a cargos maiores me tornei empresário por outros 10 anos e ali vivi o maior calvário com toda a maracutaia inerente a isso (ações trabalhistas, falta de crédito, inflação que desvalorizava os contratos, morosidade dos contratantes frente aos serviços prestados, etc.). Os últimos 10 anos foram de reflexão e trabalho temporário (já na Europa).
Agora, me considero retirado. Só vou dedicar-me a trabalhos pontuais e interessantes. A final a deformação do nosso estado anímico foi tal, que já não temos mesmo nem ânimo, nem o desejo de fazer isso ou aquilo, nem mesmo as pretensões de ganharmos grana com nosso conhecimento.
Boa decisão, "no tengo tiempo a perder, solo quiero saber lo que puede dar cierto".
ResponderEliminarMas não desanima não!
Três períodos distintos, muito aprendizado sem as deferenciais e integrais, mas certamente muita coisa resolvida pelo método efetivo para solucionar as integrais complexas, "por partes". Com a experiência adquirida, é assim que desmontam-se os problemas, desarmam-se as bombas mas não se consegue mudar, nem em mais 30, a sanha gulosa dos empresários e a aptidão dos políticos para juntar-se em bando, sem dúvida a equação sinistra que nos leva 'a corrupção, que corroe a boa vontade e a disposição do jovem que deixa a universidade.
ResponderEliminar"E aqui passa com raça eletrônico maracatú atômico" (Jorge Mautner/ Nelson Jacobina), perdidos em um shou no Auditório da Reitoria, antes de você receber o seu canudo, há mais de 30 anos...