Trabalho convencional já não encontro mais,
mesmo tendo um DEA e às portas de concluir um doutorado e trinta anos de profissão
como engenheiro civil, com um razoável currículo profissional. Isso, associado
ao fato de já ter os filhos (bem) criados e certa independência econômica, pois
por nunca haver acreditado nas instituições formais para a dita “aposentadoria”,
sempre fomos plantando para poder em um futuro – que agora já é o presente – colher.
Assim, depois de certos insucessos, no final
do século passado, como o fracasso total da minha experiência empresarial na área
da engenharia com obras públicas, onde os clientes (municípios e estados),
sempre pagaram como e quando quiseram, em épocas de inflação de 30% ao mês, o
que fez com que nossa pequena empresa que nasceu na semana anterior ao plano
Collor (ou seja, com 50 pilas em caixa e sem ativo/passivo algum), sucumbisse
aos encargos financeiros e à falta de escrúpulos desses mandatários da República,
além da conclusão dos estudos acadêmicos dos filhos já no início dos anos 2000,
fez com que mudássemos para a Europa.
Aqui, desde 2001, com um retorno temporário
entre 2003 e 2004 ao Brasil, estamos nos preparando para a terceira idade. Porque
aqui? Ora aqui é um lugar de velhos e nada como ser velho em um lugar de
velhos...
Agora, compramos uma “casita en el pueblo” para
onde logo mais, sem dúvida iremos nos mudar. Isso irá facilitar em muito nossas
futuras aventuras – sejam viagens de turismo, de visitas familiares o mesmo até
de trabalho – pois também deixaremos de
lado o caro aluguel que pagamos por morar em Madrid (terceira maior metrópole
da Europa ocidental), além de que poderemos desfrutar de um entorno mais saudável,
uma vez que no “pueblo” (Villar del
Infantado – Cuenca), tem muitos atrativos naturais como rios, estanques,
montanhas, trilhas e caminhos para serem explorados. Tem também um silêncio e
uma paz, além de uma luz natural e uma fonte de água mineral, entre outras
qualidades.
Esperar os netos, sem muita ansiedade, mas um
pouco desconectado da atribulada vida da cidade grande. Seguir estudando, mas
também de forma autodidata. Conhecer novidades locais do clima e da natureza. Poder
dispor de muito tempo livre para viajar, além de estar em um país de velhos, são
metas que estamos atingindo depois de haver trabalhado duro e dedicado a
juventude a um futuro que agora está cada vez mais próximo...
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