Quem são efetivamente os usuários do transporte público em Curitiba? Nota-se que somente a faixa que tem renda entre US$ 250 e US$ 750 é que utiliza o T.P. regularmente com pelo menos duas viagens diárias (ida e volta). Moradores dos eixos estruturais são usuários dos automóveis privados.[1]
[1] GHIDINI, R. Jr., 2009 - Aprendiendo una lección de Curitiba. Efectos perversos de una política orientada al transporte público y al medio ambiente. DUyOT - Cuadernos de Investigación Urbanística - Ci[ur] 67 - Simposio de la Serena 2009 [3/6]. Desarrollo, ciudad y sostenibilidad.
A maioria dos planos urbanísticos vigentes em geral não toma em conta o transporte público y tampouco são integrados em escala metropolitana, ou seja, não existem políticas consonantes respeito a uso do solo e transporte nem também uma política comum entre todas as municipalidades das zonas metropolitanas.
Em raros casos, as atuações formalmente expressas através dos planos urbanísticos pactuam o desenvolvimento urbanístico e uso do solo com as infra-estruturas de transporte publico. Isto faz com que o aproveitamento do transporte público não seja valorizado no desenvolvimento urbano.
Institucionalmente, o modelo de gestão para o transporte público em Curitiba, segue sendo os da constituição de 1988 e tem desde o Plano Diretor de 1966 políticas consoantes entre transporte público e uso do solo.
O modelo do transporte público de Curitiba o BRT, criado em 1974 e que evolui até 1992, com a entrada em funcionamento da Linha Boqueirão com os primeiros bi-articulados, e posteriormente ainda – ressalvas – ao inovador sistema do ligeirinho, estamos vivendo apenas uma estagnação e um inchaço na mobilidade motorizada em veículos próprios e geralmente mono-ocupado.
A evolução é fruto do aprimoramento constante. A partir do inicio dos 90, deixamos de aprimorar. Os mecanismos populares, como o Conselho Municipal de Trânsito, tornaram-se do tipo “chapa branca” (pró formes) e mesmo a Câmara Municipal, não atua como deveria nesta questão e tão pouco o Ministério Público, responde às demandas populares com respeito a questões ligadas ao Transporte Coletivo da maneira desejada.
A URBS então atua com a responsabilidade municipal e operação é realizada por empresas privadas e controladas pela municipalidade. Desde 1996 através de um convênio com a COMEC, passou a gestionar a RIT (Rede Integrada de Transportes) de característica metropolitana atendendo vários municípios.
A URBS, recentemente fez a licitação do transporte público transferindo aos 3 consórcios constituídos das 26 empresas já operadoras do sistema, a concessão do transporte público, que até então o regime era de “permissão”. Isso na prática significa que lavaram as mãos e aumentaram o poder de decisão do setor privado.
Deveria o IPPUC agir com mais seriedade nesta questão. Não conhecem e dizem que não há porque conhecer nem realizar pesquisas de origem e destino no sistema...(como é que fazem?)...Atuam induzindo demandas e criando o spawll (a difusão urbana) e como dizia Emilio de Menezes(1909)., “Curitiba cresce... Os pobres e os sapos são empurrados para cada vez mais longe”...