Vivo me perguntando: Como seria o mundo se nada houvesse acontecido?...Isso mesmo... Penso que o pós-modernismo marcado pelos ícones do neoliberalismo (leia-se Margareth Tatcher – a Dama de Ferro – e Ronald Reagan – o Cowboy), cujas propostas foram favoráveis ao crescimento exponencial do consumo, que desde a metade do século XIX já vinha aumentando de forma irracional, irrompeu com o que hoje estamos pateticamente assistindo.
Não temos mais nenhum poder para fazer nada. As três forças econômicas que estabilizaram a sociedade – Capital terra e trabalho – já nada mais significa. Marx sem dúvida sabia disso quando postulou “As novas considerações sobre a produção da mais valia.”
O Capital tornou-se volátil e virou um ente financeiro, que com as bolsas, hoje estão cá e amanha lá, porém sempre nas mãos dos mesmos. A terra, ainda que possa (sobre tudo quando urbana) ser um valor especulativo – e juntamente com as finanças jogarem um papel daninho à sociedade em geral – deixou de representar um ativo e passou a ser um valor de acumulação apenas (me corrijam os marxistas se estou equivocado) – e o trabalho cujo salário deixou de representar a força produtiva e passou a representar o valor agregado à capacidade de geração financeira e que cada vez mais vemos sendo diminuído em quantidade e igualmente em qualidade embora cada vez mais especializado.
O mundo “se há vuelto loco”. Estamos caminhando em disparada em direção a um abismo e não nos estamos dando conta disso.
Queremos ter o “mais”. Nosso celular tem que ser o iPhone10. O 4 já não basta é obsoleto. Temos que ganhar muito dinheiro e sermos jovens eternamente!. Temos que conquistar à mais bela de todas as mulheres do mundo e depois traí-la com outra não tão bela, mas mais sedutora...joder!!!...
As mulheres, tomando frente aos negócios e deixando de constituir famílias – sim pois a sociedade demanda para ter um “bom padrão” que o casal trabalhe: A final pagar a hipoteca da casa própria (sempre bem localizada e com todo o “mais” moderno inovador e confortável), ter dois carros de alta gama (afinal de contas é para isso que trabalhamos) os filhos em um bom colégio...ah...os filhos...sim...esses passam a vida sendo tutelados por terceiros: as empregadas domésticas e as babás, que evidentemente provêem de classes sócio-culturais inferiores... ou em caso dos estados socialmente avançados, nas “guarderías” onde pessoal especializado (pedagogos, psicólogos, etc...) é que vão moldar o caráter destes que deveriam ser o centro de nossa atenção!
Falamos em drogas, em homossexualismo e vamos achando tudo isso natural – claro estamos fugindo das responsabilidades da “criação” dos filhos – e não que isso seja o fim do mundo, mas a questão é que somado às “crises” manipuladas pelo poder do capital, tornam a família ainda mais vulnerável.
O trabalho vem diminuindo pela substituição do homem pelas máquinas e pela inteligência artificial. Os sindicatos – pobres vítimas do processo, que ficaram plantando cara ao mundo socialista e não se deram conta da arapuca que o capital lhes pregava – agora nada mais podem fazer, que não lutar pela manutenção da jornada semanal de 40 horas e ceder algo no que toca às aposentadorias aos 67, 70 – quem sabe logo aos 90 anos! – e quero saber quem é que aos 50 anos (mesmo sendo “doutor” ou expert em seja lá o que for) uma vez desempregado consegue voltar ao mercado de trabalho.
Tomara que a crise se torne mais aguda. Que a economia sucumba de vez e que só os 5 ou 10 banqueiros e seu filhotes (petroleiras, telecomunicações, construtoras, industria fármaco-médica, etc...) sobrevivam, assim os alvos da indignação dos mortais será mais visível. Então, finalmente, a cortina de fumaça que hoje nos turva a visao, deixará de existir e conseguiremos identificar o mal e poderemos ir por ele!