Trecho extraindo do Capitulo II (Los Urbanistas - pág. 71-74) do livro "Miseria de la Ideologia Urbanística" – 1967 – Fernando Ramón Molinero – Editorial Ciência Nueva – Madrid. - Traduçao RG
...A revolução triunfou na Rússia; no resto do mundo o capitalismo segue prosperando. Seu poder se faz tão evidente que as teorias sobre a Cidade que pretendem ignorá-lo já não terão crédito. Soria, Sitte, Howard e Gueddes são esquecidos. Já ninguém pode ter ilusões sobre a possibilidade de construir uma Cidade Moderna, onde a convivência seja possível. A cidade deixa de ser um lugar de convivência e passa a ser um campo de batalha entre as classes sociais. Ademais, a cidade industrial do século XIX na qual a burguesia e o proletariado se viram obrigados a conviver, está segregando rapidamente à industria e ao proletariado industrial para seus imensos subúrbios.
A situação se aclara: O desenvolvimento das cidades se converteu em uma operação rentável por si mesma; a urbanização há dado lugar à operação especulativa mais colossal de todos os tempos. O teórico que queira colaborar será chamado urbanista. Não participará na discussão da operação, se limitará a dar-lhe forma, a vesti-la. Onde encontrá-lo? Entre os arquitetos, os quais, desde sempre, estiveram a serviço da classe dominante para estes trabalhos. Assim é como o campo de trabalho dos arquitetos se há ampliado e já não se limita aos palácios e catedrais de seus clientes tradicionais. O arquiteto há encontrado por fim com seu novo cliente: O Estado Capitalista; e se dispõem a projetar a sede do poder burocraticamente estruturado...